Para ambientalistas, redução do desmatamento é prioridade

14/02/2007 - 16:50  

O coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, deputado Sarney Filho (PV-MA), defendeu a necessidade de o governo brasileiro assumir com mais ênfase o compromisso de reduzir a emissão de gases de efeito estufa. O deputado lembrou que, há dois anos, foi divulgado um relatório informando que 75% dessas emissões provinham do desmatamento. "Para que o Brasil assuma o compromisso de diminuir as emissões desses gases, basta fazer o que já vem sendo cobrado pela sociedade e entidades civis, que é dar continuidade à política de redução do desmatamento", afirmou.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ressaltou que, nos últimos dois anos, houve uma redução de 52% no desmatamento, o que representa menos 430 milhões de toneladas de gás carbônico emitidos. Este número, por sua vez, significa 15% do total que deveria ser evitado pelos países desenvolvidos em dois anos. A ministra também destacou, entre outros pontos, a agenda brasileira em relação aos biocombustíveis. "O País tem produtos, tecnologias e processos, e pode aprofundar em bases sustentáveis a sua contribuição em matéria de energias renováveis", disse.

Sarney Filho disse perceber que os parlamentares da atual legislatura estão mais preocupados com a questão ambiental. "Seguramente, não vamos sofrer derrotas nas votações como nas legislaturas passadas", apostou. Para ele, a Frente Parlamentar Ambientalista vai dar maior respaldo aos temas ambientais dentro do Congresso.
O deputado afirmou que o grupo se reveste de "caráter muito mais forte e mais especial" diante do relatório divulgado neste início de ano pela Organização das Nações Unidas (ONU) alertando para as conseqüências do aquecimento global. "Ficou constatado cientificamente que a ação do homem está influenciando de forma negativa a vida na Terra", observou.

Meio ambiente x desenvolvimento
Para a ministra Marina Silva, não se pode colocar meio ambiente em oposição a desenvolvimento e vice-versa. "Temos que, de fato, entender que as duas coisas fazem parte da mesma equação", afirmou. O diretor da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Amigos da Terra, Roberto Smeraldi, acrescentou que o meio ambiente não pode ser visto como um entrave, como uma restrição em relação a obras e investimentos. "O Ministério do Meio Ambiente pode ser utilizado para desenvolver oportunidades de geração de emprego e renda, de acordo com as especificidades de cada região do País", avaliou.

Reportagem - Luciana Mariz
Edição - Regina Céli Assumpção

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