Deputados do PT apontam “interesses políticos” da oposição em julgamento
02/08/2012 - 19:43
Parlamentares do PT defenderam o partido das denúncias contidas na Ação Penal 470 e responderam aos discursos da oposição em Plenário sobre o julgamento, no Supremo Tribunal Federal (STF), do caso do suposto mensalão. O líder do PT, deputado Jilmar Tatto (SP), definiu o caso como “a maior peça de marketing da história recente do País”. Segundo ele, “aceitar a ideia de que deputados do PT receberam dinheiro para votar projetos do próprio governo, é, no mínimo, uma insanidade”.
De acordo com o líder, os parlamentares votam por suas convicções e por sua história. “Daquilo com que nós concordamos, votamos a favor; daquilo com que não concordamos, votamos contra”, afirmou.
Tatto ressalvou que não pretende “confrontar” o STF, mas criticou o momento escolhido para o julgamento: “É inoportuno neste momento, a dois meses das eleições, julgar um processo político. Porque, se houver absolvição, o PT será beneficiado — essa é a tese —, e, se houver condenação, será prejudicado.” Ele defendeu ainda a aprovação da reforma política, com financiamento público de campanha e lista preordenada, para aperfeiçoar o sistema eleitoral.
O deputado Fernando Ferro (PE) afirmou que houve erros e delitos no processo que ficou conhecido como mensalão, mas que agora querem dar ao julgamento uma dimensão de “histórico, de maior tragédia do século”, o que revelaria uma intenção política e eleitoral “de esconder os verdadeiros mensalões, a começar por aquele de Minas Gerais, o mensalão tucano, e a se confirmar pelas ações do governador de Goiás, Marconi Perillo”.
Segundo ele, “não se trata de comparar tipos de delitos, mas de se pedir que haja o mínimo de pudor nas agressões”, pois “não tem autoridade política nem moral quem vem falar dos acontecimentos envolvendo filiados do PT nesse processo que está sendo julgado”.
Para Sibá Machado (AC), se o STF “se atinar aos autos ou pegar corda do coro da imprensa brasileira e da oposição, então já teremos um fato político de julgamento”. Na avaliação do parlamentar, o termo mensalão foi um “factoide” criado pelo ex-deputado Roberto Jefferson. “Foi fácil divulgar sem defesa, com linchamento político. Então, se a defesa for técnica, os autos são claros e vão mostrar que jamais houve esse factoide”, concluiu.
Da Redação/RN
