Política e Administração Pública

Derrota do governo no Senado não vai interferir na Câmara, diz líder

08/03/2012 - 15:44  

Saulo Cruz
Cândido Vaccarezza (líder do governo)
Vaccarezza: a base aliada tem alto índice de fidelidade.

O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), afirmou nesta quinta-feira (8) que a base aliada não está em crise após a derrota de ontem no Senado. Em votação secreta, os senadores rejeitaram a recondução de Bernardo Figueiredo (nome indicado pela presidente Dilma Rousseff) para a diretoria-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). "Não acho que haja crise na base, apenas perdemos em uma votação. Não conheço governo que tenha vencido todas, nem na época da ditadura", declarou.

O revés do governo foi reflexo de insatisfações principalmente do PMDB, que se diz “excluído” das decisões políticas. Vaccarezza, no entanto, disse não ter medo de rebeliões semelhantes, na Câmara, em votações de propostas como a da Lei Geral da Copa (PL 2330/11) e do novo Código Florestal (PL 1876/99), previstas para a próxima semana. “A base aliada está bem, os partidos têm alto índice de fidelidade e não tenho nenhum temor quanto às votações na Câmara”, afirmou o líder.

Vaccarezza também minimizou o documento assinado por 53 deputados do PMDB cobrando tratamento igual ao dos petistas. “Tivemos um manifesto subscrito por peemedebistas, mas não teve repercussão.” O abaixo-assinado foi entregue na última terça-feira (6) ao vice-presidente da República, Michel Temer, que também é filiado ao PMDB.

Lei Geral da Copa
Segundo Vaccarezza, o Executivo quer garantir que os idosos, sejam eles brasileiros ou não, possam comprar pacotes turísticos para a Copa pagando meia-entrada, o que não está garantido no texto atual da Lei Geral da Copa. “Vamos ajustar alguns pontos no Plenário, como o respeito irrestrito ao Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03)”, adiantou.

Com relação a outros beneficiários de ingressos mais baratos, o líder disse que o governo buscará alterar a obrigatoriedade de as carteiras estudantis serem emitidas por entidades como a União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes) e a União Nacional de Estudantes (UNE). O projeto prevê a reserva de 300 mil ingressos populares para estudantes e beneficiários de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família. A previsão é que essas entradas sejam vendidas a 25 dólares (cerca de R$ 43).

Vaccarezza reafirmou ainda que o governo vai manter a liberação da venda de bebidas alcoólicas nos estádios apenas durante a Copa do Mundo (2014) e a Copa das Confederações (2013).

Código Florestal
O líder acredita que as negociações sobre o novo Código Florestal chegarão a um consenso. “Agora é hora do diálogo, a fim de promover um grande acordo que fique bem para governo, ambientalistas e ruralistas”, destacou.

Reportagem – Tiago Miranda e Sílvia Mugnatto
Edição – Marcelo Oliveira

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