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Deputados repudiam declarações de secretário da Fifa

05/03/2012 - 13:18  

Arquivo/ Larissa Ponce
Renan Filho
Renan Filho: declarações do secretário-geral da Fifa são um insulto.

O presidente da comissão especial  que analisa a Lei Geral da Copa (PL 2330/11), deputado Renan Filho (PMDB-AL), divulgou hoje nota de repúdio às declarações do secretário-geral da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Jérôme Valcke, sobre a organização pelo Brasil da Copa do Mundo de 2014.

O presidente da Câmara, Marco Maia,  também criticou as declarações de Valcke. Segundo ele, a declaração foi deselegante e não condiz com o papel de dirigente de uma entidade como a Fifa.  Maia disse que o Brasil vai cumprir todas as suas obrigações, fazer todas as obras necessárias para a Copa de 2014 e organizá-la da melhor maneira possível.

Na sexta-feira (2), Valcke afirmou que o País precisaria receber "um pontapé no traseiro'' para acelerar os preparativos para a Copa. O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, respondeu no dia seguinte que o governo não aceitaria mais o secretário-geral da Fifa como interlocutor. No mesmo dia, Valcke disse que considerava a reação brasileira “infantil”.

No domingo, o secretário especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, reafirmou o repúdio do governo brasileiro às declarações de Valcke e reiterou que ele não será mais aceito como interlocutor da Fifa.

Declaração inconsequente
Renan Filho afirma na nota que “nenhuma instituição, governo ou pessoa está livre de críticas". Contudo, segundo ele, "enquanto interlocutor da Fifa com o governo brasileiro, é inadmissível que o secretário-geral faça uso de expressões inconsequentes, deselegantes e de linguajar chulo, sem considerar as responsabilidades que essa relação e seu cargo exigem”. O deputado considerou as declarações um insulto e a postura do secretário-geral da Fifa descuidada e inapropriada.

Atraso
O deputado Romário (PSB-RJ), que jogou pela Seleção Brasileira nas Copas do Mundo de 1990 e 1994, também considerou inapropriada e mal-educada a declaração de Valcke. Ele comentou o episódio em seu perfil no Twitter na sexta-feira (2). Romário avaliou, no entanto, que o secretário-geral da Fifa tem “100% de razão quando fala que o Brasil está atrasado”.

Ele reafirmou, por outro lado, sua posição de que a Fifa não pode interferir na soberania do País na organização dos dois eventos. Romário é integrante da comissão especial.

Votação
O relator do projeto da Lei da Copa, deputado Vicente Candido (PT-SP), sugeriu que Valcke envie carta se retratando com o governo brasileiro. O relator afirmou que os parlamentares devem avaliar se é conveniente adiar por alguns dias a votação do projeto até que se supere o desconforto causado pelas declarações, mas não acredita que haja problemas na aprovação.

"Uma coisa é o compromisso do Brasil para com o mundo - temos 31 seleções convidadas. Outra coisa é a relação com a Fifa, pessoa jurídica. E a outra coisa é um membro de uma organização falar coisas indevidas. Nós temos de saber separar isso. Acho que não tem de haver nenhuma retaliação do governo brasileiro em relação a fala desavisada de um membro de qualquer organização."

A votação do texto básico da Lei Geral da Copa chegou a ser realizada na última quinta-feira (1). Como foi questionada a possibilidade de votação no mesmo horário da Ordem do Dia do Plenário, para evitar questionamentos legais, já que não pode haver votação concomitante com o Plenário, haverá nova votação. Em seguida, serão votados os destaques ao texto. Três destaques proíbem a venda de cerveja nos estádios.

Matéria atualizada às 17h38.

Da Redação/PCS

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