Líderes partidários definem distribuição de cargos da Mesa

31/01/2007 - 18:39  

Os líderes partidários definiram, na tarde desta quarta-feira, a distribuição dos cargos na Mesa Diretora durante uma reunião com o presidente Aldo Rebelo. O acordo estabeleceu que a 1ª vice-Presidência caberá a um deputado do PSDB e a 2ª vice-Presidência, que acumula a Corregedoria da Câmara, a um do PR.

O 1º secretário deverá ser um deputado indicado pelo PMDB e o 2º secretário, pelo PP. Ao PMDB caberá ainda a 3ª Secretaria; enquanto o PFL ficará com a 4ª Secretaria. A 1ª suplência será ocupada pelo PTB; a 2ª suplência pelo PDT; a 3ª suplência pelo PPS; e a 4ª suplência pelo PT.

Distribuição
A nova composição da Câmara, dividida em três blocos parlamentares, influenciou a escolha dos 11 cargos oferecidos na Mesa e também deverá influenciar na escolha das presidências das 20 comissões permanentes, pois as cadeiras são ocupadas a partir da proporcionalidade das legendas ou blocos partidários na Câmara. O maior grupo é formado por PMDB, PT, PP, PR, PTB, PSC, PTC e PTdoB, que soma 273 deputados e terá direito a seis cargos na Mesa. O segundo maior bloco é formado pelo PSDB, PFL e PPS, e reúne 153 deputados, com direito a três cargos. O terceiro juntou PSB, PDT, PCdoB, PAN, PMN e PHS para alcançar 70 deputados e obter dois cargos.

Temporários
Na saída da reunião, o líder do Psol, deputado Chico Alencar (RJ), considerou os blocos formados nesta semana "artificiais", porque, segundo ele, é possível que alguns já acabem depois da meia-noite desta quinta-feira. Na opinião do deputado, a formação de três grandes blocos "tira o conteúdo do Parlamento, que é o dissenso". Ele defendeu mudanças no Regimento Interno para impedir a formação de "blocos efêmeros". Para Alencar, a direção da Câmara será feita de forma pouco democrática.

"Parece que os grandes partidos aqui só pensam exclusivamente no poder e em ter o controle da Casa. Essa volúpia da formação de blocos de última hora significa rolo compressor e esmagamento das minorias e, pior ainda, é o total abafamento das diferenças", criticou o líder do Psol. Em sua opinião, os grandes partidos querem "ressuscitar uma cláusula de barreira da forma mais espúria".

Reação
O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB) também criticou a distribuição dos cargos, afirmando que o PSDB "apenas reagiu à atuação dos demais partidos". Segundo ele, o bloco maior, que soma 273 deputados, teve uma pequena vantagem na composição da Mesa Diretora. Entretanto, em sua opinião, isso não significa que eles tenham facilidade na distribuição dos cargos. "Vão acabar se matando", brincou.

Na opinião de Hauly, o bloco maior só foi formado para impedir que o bloco do PSB, PDT, PCdoB, PAN, PMN e PHS, que tem 70 deputados, tivesse maior participação na Mesa. Já o deputado eleito Bruno Araújo (PSDB-PE) questionou quanto tempo durarão os blocos, que classificou de "pragmáticos" e não "programáticos", como deveriam ser, em sua opinião.

Proporcionalidade
Ao contrário dos demais, o líder do PT, deputado Henrique Fontana (RS), afirmou que a criação dos blocos foi a opção escolhida para "garantir a maior proporcionalidade possível para a Mesa". Segundo ele, o acordo do PT com o PMDB foi feito para preservar o espaço na Mesa proporcional à representatividade das duas maiores bancadas na Câmara.

Fontana ressaltou que a decisão de preservar a proporcionalidade foi comprovada quando o PT deixou de indicar a 1ª vice-presidência, para que essa coubesse ao PSDB, a terceira maior bancada na Câmara. O parlamentar ressaltou que o PT está otimista com a possibilidade de eleição do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) para presidente da Câmara ainda no 1° turno.

Até o final da tarde desta quarta-feira, somente Gustavo Fruet (PSDB-PR), candidato à Presidência, e Osmar Serraglio (PMDB-PR), que concorrerá ao cargo de 1º secretário, já haviam se inscrito oficialmente junto à Secretaria-Geral da Mesa.

Reportagem - Cristiane Bernardes e Geórgia Moraes/Rádio Câmara
Edição - Renata Tôrres

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