Motoboys defendem projeto, mas comissão cancela votação
22/02/2006 - 14:08
A Comissão de Viação e Transportes cancelou a votação do Projeto de Lei 6302/02, do Senado, que regulamenta a atividade dos motoboys e mototaxistas, prevista para hoje. Apesar de o plenário onde se realizava a reunião estar repleto de trabalhadores do setor – que defendiam a aprovação do texto –, o deputado Mauro Lopes (PMDB-MG) pediu verificação do quorum e, diante da presença insuficiente de parlamentares, o presidente da comissão, deputado Mário Assad Júnior (PSB-MG), fechou os trabalhos.
A decisão de Lopes foi, segundo ele, motivada pelo fato de o projeto "mexer com vidas humanas", sendo necessária a análise de uma quantidade mais expressiva de parlamentares. "Para um motociclista transportar outra pessoa, ele precisa ser muito experiente. É preciso definir uma regulamentação bem responsável, porque se trata de transporte de vidas humanas", declarou o deputado mineiro.
O relator do projeto na comissão, deputado Wellington Roberto (PL-PB), reiterou sua disposição de continuar "lutando pela proposta" e lembrou que o texto prevê que o mototaxista tenha habilitação mínima de três anos na categoria A. Além disso, o texto detalha medidas de segurança e de higiene, como o uso de capacetes e coletes com faixas refletivas e o fornecimento de toucas higiênicas para os passageiros.
Pressão Reportagem - Sílvia Mugnatto/Rádio Câmara
De acordo com Rodrigo Ferreira, um dos diretores da Federação dos Motofretistas do Brasil (Fenamoto), cerca de dois mil trabalhadores de 17 estados e do Distrito Federal estiveram na Câmara dos Deputados pedindo a aprovação do projeto. Para ele, as estatísticas sobre acidentes envolvendo motoboys não são confiáveis, pois precisam de mais detalhes sobre as pessoas envolvidas. "O policial, se estiver fardado, a gente sabe que é policial; o médico, se estiver de branco, a gente também sabe. Então, só com a regulamentação e a padronização dos profissionais do setor nós vamos saber realmente qual é esse índice", declarou.
Após o cancelamento da sessão, Wellington Roberto anunciou que o projeto deverá entrar novamente em pauta após uma reunião que terá com representantes do Ministério das Cidades, da Casa Civil e do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) no próximo dia 7 de março.
Edição - Rodrigo Bittar
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