Deputado e reitor acreditam em guerra comercial

27/03/2008 - 18:23  

O deputado Paulo Piau (PMDB-MG) declarou, nesta quinta-feira, que os conflitos em relação à avaliação de risco de biossegurança de organismos geneticamente modificados (OGM) têm origem numa visão política e ideológica. Segundo ele, alguns órgãos são, em princípio, sempre contra os OGM.

Paulo Piau e o deputado Beto Faro (PT-PA) foram os autores do requerimento para a realização da audiência pública promovida nesta quinta pelas comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; e de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural. Na reunião, foi debatido o tema "A questão da transgenia e a atuação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio)".

Guerra comercial
Piau e o reitor da Universidade Federal de Viçosa, Carlos Sigueyuki Sediyama, acreditam ser preciso identificar os interesses por trás dos grupos que pressionam pela não-liberação de produtos transgênicos no Brasil. Ambos acreditam que se trata de uma estratégia de guerra comercial na qual os países de grande produção agrícola tentam tirar o Brasil do mercado.

Segundo Piau, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) têm sido manipulados por esses interesses e por uma posição ideológica contrária aos transgênicos.

Para a deputada Luiza Erundina (PSB-SP), porém, a questão é de diferenças de posicionamento entre os órgãos — o que não impede, afirmou, que se busque compatibilizar procedimentos de forma a acelerar as decisões.

Instrumento adequado
O deputado Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) destacou que o Brasil deve valorizar seus instrumentos institucionais. "A CTNBio é o instrumento adequado [para analisar os OGM]", avaliou. O parlamentar afirmou que a comissão é extremamente representativa e que o maior prejuízo neste momento é a indefinição.

O coordenador de Biossegurança da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcus Vinicius Segurado Coelho, afirmou que, atualmente, o Poder Judiciário já reconhece, sem dúvidas, a competência da CTNBio e assegurou que estão sendo criados instrumentos para que a sociedade tenha mais transparência nas decisões tomadas. Entre as iniciativas, informou, está sendo criado um endereço único na internet para concentrar as informações sobre os transgênicos.

Reportagem - Vania Alves
Edição - Renata Tôrres

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