Empresas podem ser beneficiadas com parceria

11/09/2007 - 23:06  

O trabalho e a educação também estiveram no centro de todas as exposições sobre experiências bem sucedidas na área de sistemas prisionais. O secretário de Justiça de Goiás, Edmundo Dias de Oliveira Filho afirmou que essas duas vertentes, aliadas ao comprometimento da sociedade, são partes da política não segregacionista do preso que vem implantando em seu estado.

Goiás hoje, afirmou, tem 70% da população carcerária trabalhando ou realizando alguma atividade ressocializadora. A colônia penal do estado produz 12 mil refeições diárias e os outros projetos já atingem mais de 100 parcerias com empresas privadas.

Uma das experiências consideradas vitoriosas em Goiás foi a da malharia Hering. A experiência começou com 20 presos produzindo 50 mil peças por mês e hoje há 110 presos produzindo 500 mil peças por mês e recebendo um salário mínimo (R$ 380). "Os empresários reclamam da concorrência da China. Mas temos uma grande China nos presídios, com mão-de-obra barata e sem encargos trabalhistas, e ainda ajudamos as pessoas a se ressocializarem", afirmou o gerente regional da Fábrica Hering e supervisor do programa de ocupação laboral de detentos realizado pela empresa no Centro de Integração de Anápolis (GO), Cláudio Scwaderer.

Competitividade ainda não é o forte da Fábrica Esperança, de Belém (PA), que produz uniformes, malharia e bolas de futebol e trabalha com egressos do sistema penitenciário. A diretora da organização não-governamental (ONG) que gerencia a fábrica, Anna Claudia Lins Oliveira, explicou que tem de lidar com as faltas ao trabalho, os problemas com drogas e com a falta de cultura de trabalho existente no sistema prisional. Para resolver essas situação, a ONG investe em assistência multidisciplinar.

Anna Claudia Oliveira destacou que os trabalhadores têm carteira assinada e recebem R$ 400 por mês. A fábrica paga todos os encargos trabalhistas. A intenção do projeto, explicou, é discutir amplamente a cidadania. "Não vemos o egressos como simples mão-de-obra descartável."

Senai
O gerente-executivo da Unidade de Educação Profissional do Departamento Nacional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Alberto Borges de Araújo, disse que, nos próximos dias, o órgão deve começar um programa de capacitação profissional para detentos em presídios de segurança máxima. O projeto foi solicitado à instituição pelo Ministério da Justiça e demandou um curso prévio com os agentes carcerários para preparar a convivência entre os presos e os educadores.

Araújo afirmou que o Senai realiza cursos de capacitação profissional em vários estabelecimentos penais e que é interesse da instituição ampliar essa atuação. Por isso, afirmou, as 707 unidades do Senai estão abertas a solicitações desse tipo em todo o País.

Reportagem – Vania Alves
Edição - Natalia Doederlein

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