Trabalho, Previdência e Assistência

Nutricionista diz que obesidade infantil cresceu 240%

19/04/2007 - 20:42  

Em audiência pública na Comissão de Seguridade Social e Família, nesta quinta-feira, a representante do Ministério da Educação Lorena Chaves informou que nas duas últimas décadas a obesidade infanto-juvenil cresceu 240%. No debate para discutir a obesidade da população, em especial a infantil, Lorena enfatizou que essa doença deve ser tratada como problema de saúde pública. Dados fornecidos por ela apontam que 40% da população brasileira estão com excesso de peso.

De acordo com Lorena Chaves, nutricionista do Programa Nacional de Alimentação Escolar do Ministério da Educação, entre os fatores que contribuíram para o aumento dos índices de obesidade estão a redução da prática de atividades físicas; o aumento do hábito de ver televisão, de jogar video-game e de usar computador; e a venda de alimentos inadequados nas cantinas escolares.

"A obesidade e o sobrepeso na adolescência no Brasil tiveram aumento de 50% entre crianças e jovens na última década", informou a nutricionista, acrescentando que cerca de 50% das crianças com excesso de peso se tornarão adultos obesos. Segundo ela, esse quadro somente será revertido quando houver políticas públicas que levem a população a adotar hábitos alimentares e vida saudáveis.

Prevenção
Na avaliação da deputada Solange Almeida (PMDB-RJ), além da implementação de políticas públicas o País precisa mudar o foco no combate à obesidade. "Gastamos muito com medicamentos e tratamentos, mas no Brasil não existe a cultura de prevenção", afirmou ela, que foi autora do requerimento para realização da audiência.

Outro ponto questionado pela deputada é capacitação e inserção de nutricionistas pelo Ministério da Saúde no Programa de Saúde da Família, o que proporcionará, segundo ela, atenção básica de qualidade para a população. "As ações do governo em relação à obesidade e ao sobrepeso são políticas novas e precisam ser discutidas e desenvolvidas em parceria com Congresso para que, em espaço curto de tempo, o País possa gastar menos com as doenças", ressaltou Solange Almeida.

Despesas
A coordenadora-geral da Política de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Ana Beatriz Vasconcelos, disse que em 2006 o Sistema Único de Saúde (SUS) gastou com obesidade mórbida mais de R$ 8 milhões.

Ana Beatriz concorda que as mudanças nos hábitos alimentares da população e a redução da atividade física têm agravado o problema. Ela acrescentou que a globalização vem contribuindo para o crescimento da obesidade infanto-juvenil. "Os fast-foods vendem alimentos processados com grande teor de açúcar e sal, porém de baixo valor nutricional", ressaltou.

Entre os compromissos do Executivo para combater a obesidade, Beatriz destacou o Caderno de Atenção Básica, que segundo ela é a porta de entrada no SUS. "O caderno orienta o cidadão sobre os serviços disponíveis para prevenção, tratamento e acompanhamento da obesidade", informou.

Da Redação/ Rádio Câmara

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