Segurança

Maia afirma que é frágil a defesa do governo sobre decreto do porte de armas

Presidente da Câmara considerou diversos pontos do decreto inconstitucionais, entre eles o que estende o porte a várias profissões. Na noite desta terça-feira (18), o Plenário do Senado aprovou projeto que susta a norma do governo. Proposta será analisada pela Câmara

18/06/2019 - 17:07   •   Atualizado em 18/06/2019 - 21:08

Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Reunião extraordinária de comparecimento de Ministro de Estado - Art. 219 RICD. Presidente da Câmara, dep. Rodrigo Maia (DEM-RJ)
Rodrigo Maia acompanha depoimento de Onyx Lorenzoni na CCJ

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, considerou “frágil” a defesa que o governo faz do decreto que flexibiliza o porte de armas (9.785/19). Maia esteve na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta terça-feira, durante a audiência pública com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que veio à Câmara para prestar esclarecimentos sobre o decreto. 

“Acho frágil a defesa do decreto feita pelo governo, mas respeito. Se o Congresso entender que há um excesso, podemos derrubar ou o Supremo pode derrubar, mas não há conflito. Tem o debate que vai ser feito aqui e a decisão do Senado vai respaldar nosso debate aqui e nossa decisão no Plenário”, afirmou.

Maia considerou diversos pontos do decreto inconstitucionais, entre eles o que estende o porte a várias profissões. O decreto aumenta a permissão de compra de munição pelas pessoas autorizadas; amplia o porte de armas para proprietários rurais; quebra o monopólio da importação de armas no Brasil; autoriza o livre trânsito com armas para caçadores, colecionadores, atiradores e integrantes de várias categorias profissionais, como advogados, jornalistas especializados em coberturas policiais, caminhoneiros e agentes de trânsito, entre outros.

Outro ponto do decreto questionado por Maia, é o porte de arma em propriedades rurais. Ele informou que projeto de lei do deputado Afonso Hamm (PP-RS) permite a concessão de licença para o porte de arma de fogo para proprietários e trabalhadores rurais maiores de 21 anos no limite de toda a propriedade rural (PL 6717/16). Para o presidente da Câmara, essas mudanças precisam passar pelo Congresso e ser feitas por lei.

“Tinha um acordo firmado, a gente pode mantê-lo e seguir com o projeto do deputado Afonso Hamm, que deixa claro que a posse de armas no campo é a posse na propriedade e não apenas na sede e isso resolve a questão do porte rural, uma posse estendida”, explicou o presidente.

Votação no Senado
Na noite desta terça-feira (18), o Plenário do Senado aprovou projeto que susta o decreto do governo. A matéria seguirá agora para análise da Câmara.

Reportagem – Luiz Gustavo Xavier
Edição – Geórgia Moraes

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