Educação, cultura e esportes

Especialistas se dividem sobre influência de games violentos sobre os jovens

02/07/2019 - 20:26  

Autor do livro Videogame e Violência, Salah Khaled Junior afirmou, durante audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família nesta terça-feira (2), que a única ajuda que um game pode dar para uma ação - como o assassinato seguido de suicídio que ocorreu na cidade de Suzano (SP) no início deste ano - é em relação à sua apresentação estética.

O professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul disse, ainda, que proibir os videogames fere o princípio da liberdade à manifestação artística, previsto no artigo 5º da Constituição Federal, e é irrelevante no combate à violência.

"As pesquisas que dizem que os games provocam agressividade e perda de sensibilização à violência são manifestamente inconclusivas, não merecem crédito. Olha, se existe essa relação, ela é muito fraca e a gente nem deve considerar isso como algo que mereça a nossa preocupação", garantiu.

Já o presidente do Conselho Federal de Educadores e Pedagogos, Geraldo de Paiva, afirmou que é preciso realizar campanhas educativas junto aos pais para que as crianças com menos de sete anos de idade não sejam expostas a conteúdo violento.

Ele defende apoio psicológico dentro das escolas para que as crianças que sofrem bullying não atentem conta a própria vida, e nem contra a vida de outros.

"Que seja obrigatório ter um psicólogo, ter um intermediador, ter alguém que ouça essas crianças. Não colocar o policial na porta."

A autora do requerimento para a realização da audiência pública, deputada Flávia Morais (PDT-GO), não está convencida de que os games não fazem mal.

"É importante que a gente tenha condições de fazer uma restrição maior em relação ao uso desses jogos, principalmente para os jovens de uma idade menor. A gente precisa avaliar como isso seria feito."

Salah Khaled Junior diz que foram criados 30 mil jogos nos últimos 40 anos. Eles são classificados pelo Ministério da Justiça por faixa etária. Os mais violentos, segundo ele, são jogados, em sua maioria, por pessoas com mais de 32 anos de idade.

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Reportagem – Karla Alessandra
Edição – Ana Chalub

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