Direitos Humanos

Ligue 180 é o mais importante projeto de enfrentamento à violência contra a mulher, diz secretária

13/08/2018 - 16:46  

A cada 3 minutos e 50 segundos o Ligue 180 recebe uma denúncia de violência contra a mulher. Só no primeiro semestre deste ano, foram mais de 72 mil denúncias - a maioria, de violência física, psicológica e sexual. Além disso, houve 899 denúncias só de homicídio. Os números foram divulgados pelo Ministério dos Direitos Humanos.

Diculgação
Ligue 180 - Central de Atendimento à Mulher
Linha telefônica especial foi criada há 15 anos

A lei que autorizou a criação da linha telefônica está completando 15 anos (Lei 10.714/03). O serviço foi implementado pelo governo em 2005. O número é único em todo o país e a ligação é gratuita.

Segundo a secretária Nacional de Políticas para Mulheres, Andreza Colatto, o Ligue 180 é o projeto de enfrentamento à violência mais importante da Secretaria.

"É um instrumento humanizado e próprio para a mulher. Ele conta com o apoio das delegacias especiais de atendimento à mulher (Deams), mas também atua nas pequenas cidades onde não existe Deam. Ele dá assistência para essa mulher, tira de situação de risco iminente de morte", explicou.

Paralelamente aos 15 anos da lei do Ligue 180, a Lei Maria da Penha (11.340/06) completou 12 anos no último dia 7. Infelizmente, durante essa mesma semana, o país registrou diversos feminicídios. Só no Distrito Federal foram três mulheres assassinadas. Adriana Santos, Carla Zandoná e Marília Silva foram brutalmente mortas por companheiros ou ex. Esses casos se somam às já registradas 16 mulheres vítimas de feminicídio só neste ano no DF.

Falta de recursos
Para a deputada Ana Perugini (PT-SP), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, a Lei Maria da Penha, na teoria, não tem falhas. O problema é o que se coloca como recurso financeiro para que ela seja aplicada.

Perugini citou a necessidade de criação de juizados especiais de combate à violência e a melhoria da comunicação entre as delegacias nacionais para que mulheres com risco de vida possam se mudar de estado. Ela também acredita que é preciso ampliar o horário de funcionamento das Deams.

"As delegacias precisam funcionar 24 horas e não em período comercial, já que a violência acontece fora desse expediente. Nós precisamos levar em consideração que existe violência doméstica. O Brasil é o quinto país no mundo que mais mata mulheres e isso precisa ser encarado."

Para todo tipo de violência
A linha atende denúncias de quaisquer violências contra a mulher e não apenas de violência física. Xingamentos, exposição indevida, ameaças, intimidações ou assédio, por exemplo, também podem ser denunciados pelo Ligue180.

Reportagem – Giovanna Maria e Paula Bittar
Edição – Ana Chalub

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