Cidades e transportes

Governo estuda incentivo salarial para manter policiais na Amazônia

28/10/2009 - 16:02  

A oferta de incentivos salariais para os policiais federais lotados na região amazônica foi apresentada como a principal alternativa estudada pelo governo federal para fortalecer o policiamento na área de fronteira dos estados da Região Norte.

O assunto foi debatido, nesta quarta-feira, em audiência pública da Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional. Segundo os participantes, o perfil dos policiais aprovados nos últimos concursos da Polícia Federal é de pessoas de classe média, que depois entram na Justiça para trocar de lotação ou mesmo buscam salários melhores em outras instituições.

"Apesar de os últimos concursos terem sido regionais, muita gente consegue mudar de cidade por decisão judicial, alegando, por exemplo, problemas de saúde que não podem ser tratados na região", alertou o diretor de Gestão da PF, Joaquim Barbosa. "Temos que inverter a lógica, fazer como as Forças Armadas, onde há disputa entre seus integrantes para serem destinados à Região Norte, porque há benefícios", acrescentou.

Vídeo polêmico

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Sabino disse que, sem tratamento diferenciado, é difícil manter os policiais no Norte.

O diretor de Relações do Trabalho da Federação Nacional dos Policiais Federais, Francisco Sabino, apresentou um vídeo mostrando o que seriam as "péssimas" condições de trabalho na região amazônica, onde supostamente faltaria até água potável para os policiais federais. "Há duas polícias federais: uma com veículos e equipamentos modernos no Sul e Sudeste, e outra com situação precária", acusou.

O vídeo foi criticado por Barbosa e pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Barreto. De acordo com Barreto, as imagens mostradas não correspondem à realidade, mas a situações provisórias e poderiam ser refutadas com um outro vídeo que "deixaria o FBI [polícia federal americana] com inveja".

Estratégia
O secretário-executivo afirmou também que o combate ao crime na região de fronteira não deve ser fortalecido apenas com a contratação de pessoal, uma vez que a área a ser coberta é muito extensa e não poderia ser ocupada exclusivamente pelos policiais. "É necessário trabalhar muito mais com mapeamento e inteligência. A homologação da Lei do Abate (Lei 7.565/86) fez com que o tráfico por terra aumentasse muito, nos obrigando a desenvolver novas tecnologias."

A audiência pública foi realizada por requerimento do deputado Silas Câmara (PSC-AM). Para ele, a má situação das instalações da Polícia Federal na Amazônia não é provocada exclusivamente pela falta de recursos, mas especialmente pelas exigências da Lei de Licitações (Lei 8.666/93). "Assim como o servidor não quer viver na Amazônia pelas dificuldades, os empresários também não conseguem construir na região conforme as regras da Lei de Licitações, porque são obras muito complicadas e caras", definiu.

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Reportagem - Rodrigo Bittar/SR

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