Relações exteriores

Suprema Corte de Honduras diz que embaixada do Brasil está segura

01/10/2009 - 13:12  

Presidente da Suprema Corte afirma que Zelaya foi destituído pela Justiça em cumprimento à Constituição.

Tegucigalpa - O presidente da Suprema Corte de Justiça de Honduras, Jorge Alberto Rivera Aviles, garantiu nesta quinta-feira que não haverá invasão à embaixada brasileira no país nem agressão a qualquer pessoa que estiver no prédio. Aviles disse que o objetivo do cerco à embaixada é proteger as pessoas que estão lá dentro. "Não existe em Honduras ninguém mais protegido que Zelaya e sua família, além das pessoas que estão na embaixada do Brasil", afirmou o ministro.

O governo de Honduras impôs um cerco militar à embaixada brasileira, onde está abrigado o presidente Manuel Zelaya, deposto no último dia 28 de junho.

Aviles disse ainda que a responsabilidade pela deposição de Zelaya e a convocação de uma nova eleição para o cargo de presidente de Honduras é integralmente da Suprema Corte, em respeito à Constituição.

A comitiva brasileira esteve reunida nesta quinta-feira com os 15 ministros da Suprema Corte de Honduras. Todos os que se manifestaram criticaram o fato de Zelaya estar na embaixada brasileira instigando o confronto político no país. Segundo os ministros, o foco da confusão foi justamente a entrada abrupta do presidente deposto na embaixada brasileira.

Surpresa
Diante da posição dos ministros, o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), coordenador da comitiva parlamentar, afirmou que o governo brasileiro foi pego de surpresa pela entrada de Zelaya na embaixada. "Somos uma missão quase de oposição, já que, dos seis deputados que integram a comitiva, quatro são de partidos de oposição ao governo, mas devemos honrar a verdade e reiterar que tanto o presidente Lula quanto o ministro Celso Amorim foram surpreendidos com a entrada de Zelaya na embaixada."

Os ministros hondurenhos cobraram do governo brasileiro a definição do status de Zelaya na embaixada segundo a Convenção de Caracas de 1954. Jungmann afirmou que o Brasil respeita a convenção, mas que adota uma postura humanitária, de respeito à vida dessas pessoas. Jungmann lembrou ainda que o presidente Lula e Celso Amorim têm criticado o fato de Zelaya ficar fazendo comício na embaixada.

Aviles criticou veementemente as notícias que circularam nas agências internacionais dizendo que a embaixada brasileira corria riscos. Segundo ele, a notícia foi provocada por partidários de Zelaya e prejudicou a imagem internacional do país. O presidente da Suprema Corte afirmou que, em Honduras, não existe imunidade para nenhuma pessoa e que o presidente é tratado como qualquer outro cidadão. "Talvez seja essa a razão pela qual a comunidade internacional tenha dificuldade de entender a situação do nosso país", avaliou Aviles.

Em instantes, os deputados brasileiros se reúnem com a Comissão Nacional de Direitos Humanos de Honduras.

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Reportagem – Rodrigo Bittar/Enviado especial a Honduras
Edição - Natalia Doederlein

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