Aposentados conseguem marcar data para analisar veto a reajuste

25/05/2009 - 19:59  

O Congresso Nacional deve analisar no dia 8 de julho o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a uma emenda feita à Medida Provisória 288/06, que concedeu reajuste de 16,7% aos aposentados e pensionistas que ganham mais que o salário mínimo. Em 2006, o reajuste concedido pelo governo para as aposentadorias e pensões superiores ao mínimo foi de 5%.

Antes da análise do veto, em junho, a Câmara deverá votar a emenda do senador Paulo Paim (PT-RS) ao Projeto de Lei 01/07, que concede aos aposentados e pensionistas o mesmo reajuste do mínimo, uma outra reivindicação da categoria.

A definição dessas datas somente ocorreu depois da pressão dos aposentados, que ocuparam o Plenário da Câmara nesta segunda-feira. O grupo havia participado pela manhã de uma sessão solene em homenagem ao Dia Nacional dos Aposentados e, ao final, decidiu permanecer no plenário até encontrar uma solução para o caso.

O impasse foi resolvido depois que uma comissão representativa dos aposentados, deputados e senadores negociou com o presidente do Congresso, José Sarney, e o presidente da Câmara, Michel Temer.

Redução salarial
Muitos vieram de longe, como José Orlando, de 58 anos, que enfrentou uma viagem de 1.200 Km de ônibus do Rio de Janeiro a Brasília. Aposentado como torneiro mecânico em fevereiro de 1997, ele conta que começou recebendo um benefício equivalente a cinco salários mínimos e hoje ganha menos de três.

"Não é justo o que está acontecendo hoje com os aposentados, que trabalharam ao longo dos anos. Uns começaram com 10, cinco salários e hoje estão com seu salário reduzido. Nós não somos contra a ação social do governo, mas nós queremos dignidade e respeito", argumentou o aposentado.

Resistência
A derrubada do veto ao reajuste deve enfrentar a resistência da base governista. O governo alega que o reajuste de 16,7%, que beneficiaria um terço do total de aposentados, teria um impacto de cerca de R$ 10 bilhões no caixa da Previdência Social, segundo o senador Paulo Paim.

O deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que participou das negociações com os aposentados, sabe que a missão será dura. "É difícil. Por isso é que a gente está alargando o prazo para poder negociar e articular essa votação."

A princípio, os aposentados queriam que o veto fosse analisado na sessão do Congresso Nacional que estava marcada para esta terça-feira (26). Mas aceitaram o adiamento para permitir a votação antes do projeto de lei do salário mínimo na Câmara. Além disso, os aposentados reivindicam a aprovação do Projeto de Lei 3299/08 que acaba com o fator previdenciário.

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Reportagem - Marise Lugullo/Rádio Câmara
Edição - Newton Araújo

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