Economia

Líder do PMDB: prioridades são reformas tributária e política

09/02/2009 - 14:54  

Reconduzido ao cargo de líder do PMDB, o deputado Henrique Eduardo Alves (RN) afirma que as prioridades do seu partido para votação neste ano são as reformas tributária e política.

O deputado é o decano da Câmara, com dez mandatos consecutivos. Filho do ex-governador do Rio Grande do Norte Aluízio Alves, bacharel em Direito, Alves começou sua trajetória política já como deputado federal, aos 22 anos.

O único cargo que ocupou fora da Câmara nesse período foi o de secretário de Governo e de Projetos Especiais do Rio Grande do Norte. Desde 2007 o parlamentar é líder do partido, legenda em que ingressou quando ainda era o MDB.

Tem várias passagens como vice-líder, líder, membro da Executiva Nacional e do Diretório Nacional, tendo sido vice-presidente nacional do PMDB entre 1996 e 1998. O deputado participou da Assembléia Nacional Constituinte em 1988.

Alves já foi presidente de várias comissões permanentes: Constituição e Justiça e de Cidadania; Trabalho, Administração e Serviço Público; Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; e Legislação Participativa. Também já ocupou a 2ª Secretaria da Mesa Diretora.

O parlamentar concedeu a seguinte entrevista à Agência Câmara:

Agência Câmara - Quais são os temas prioritários do seu partido para este ano?

Henrique Eduardo - A reforma tributária é uma bandeira antiga do PMDB. O partido vem liderando esse movimento, discutindo esse assunto no País inteiro. Inclusive um dos nossos companheiros, o ex-deputado Germano Rigotto (RS), foi o relator da matéria aqui na Câmara em 2001. A outra é a reforma política, um dos compromissos que discutimos com o presidente Lula na adesão do partido à base de sustentação do governo. Para clarear as relações políticas e fortalecer os partidos. Esses dois temas são urgentes, além daquele que é emergente. A Câmara vai instalar nos próximos dias uma comissão de alto nível dos partidos para discutir e apresentar propostas ao Executivo para o enfrentamento da crise, se necessário por meio de um projeto de lei, ou então de uma série de idéias para serem implementadas.

Agência Câmara - Como será a posição em relação ao governo?

Henrique Eduardo - Uma coisa é o Poder Legislativo, que independe do governo e também da oposição. O Legislativo deve trabalhar para discutir e produzir soluções para os problemas nacionais. Esse é um comportamento dentro da Casa. Fora daqui, o PMDB tem compromissos claros com o Governo Lula e o projeto eleitoral do presidente porque participa do seu governo e devemos estar juntos em 2010.

Agência Câmara - Qual a sua posição sobre as principais reformas - tributária e política - e sobre a PEC das MPs?

Henrique Eduardo - O projeto do governo para a reforma tributária avançou muito em relação às tentativas anteriores, foi reformulado e melhorado na comissão especial pelo relator deputado Sandro Mabel [PR-GO], que conseguiu conciliar os interesses dos governos dos estados. Há ainda alguns pontos que precisam ser acertados como o caso do Mato Grosso do Sul e do Espírito Santo, algumas perdas graves mas pontuais, que queremos acertar até a votação no plenário.
Em relação à reforma política, não podemos pensar numa reforma ampla que não obtém o consenso. Então a idéia é fatiá-la entre o que é real e o que é possível, sobre questões pontuais e que só possam valer para 2014 e não para a próxima eleição. Porque, se não, a gente foca na próxima eleição, não consegue somar votos e volta de novo para a estaca zero. Essas questões entram logo em debate já agora em março. A Casa toda reclama uma solução para o problema das medidas provisórias. Tanto que o [ex-presidente] Chinaglia encaminhou uma proposta que, no meu modo de ver, está bem realizada. O meu voto seria favorável ao que a Câmara construiu.

Reportagem - Cid Queiroz
Edição - Newton Araújo

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