Feminista destaca mortes de negras e pobres por abortos

02/07/2008 - 15:53  

A secretária-executiva da Rede Feminista de Saúde do Rio Grande do Sul, Télia Negrão, disse há pouco que a possibilidade de mulheres negras e pobres morrerem em razão de abortos clandestinos é muito maior do que em relação àquelas mulheres que têm mais condições econômicas. "Há uma relação direta entre morte materna e abortos", afirmou.

Segundo ela, com a legalização do aborto na África do Sul, foi reduzida em 95% a mortalidade de mulheres naquele país. Ela afirmou que, no Brasil, acontecem mais de um milhão de abortamentos inseguros e citou acordos internacionais que reafirmam o direito à saúde da mulher como um direito humano. "O aborto inseguro em nosso País é um gravíssimo problema de saúde", observou.

Adolescentes
Cerca de 17% das jovens entre 14 e 21 anos realizam abortos inseguros no País, de acordo com a feminista. "Neste momento, se discute se o País avança ou retrocede nesse tema, que é sinônimo do direito de autonomia do corpo da mulher", afirmou.

Télia Negrão participa da audiência pública promovida pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) para discutir o Projeto de Lei 1135/91, que suprime o artigo do Código Penal (Decreto-Lei 2.848/40) que define como crime o aborto provocado pela gestante ou com o seu consentimento.

A reunião continua no plenário 1.

Reportagem - Newton Araújo Jr.
Edição - Renata Tôrres

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