CPI sobre subnutrição de indígenas ouve Funasa e Cimi

11/03/2008 - 09:12  

A comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga as causas e os responsáveis pela morte de crianças indígenas, por subnutrição, entre 2005 e 2007, ouve hoje o presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), dom Erwin Krautler; a nutricionista da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) Aline Caldas; e o diretor do Departamento de Saúde Indígena (Desai) da Funasa, Wanderley Guenka. A audiência será realizada no plenário 9, às 14 horas.

O relator da comissão, deputado Vicentinho Alves (PR-TO), disse que as ações de proteção aos índios que essas entidades anunciarem na CPI serão posteriormente checadas junto às comunidades. "Pelos relatórios que estamos recebendo, observamos avanços. Já temos uma noção, mas ainda vamos cumprir as diligências", afirmou.

A primeira diligência da CPI está marcada para os dias 27 e 28, quando os deputados visitarão o estado de Mato Grosso do Sul. Eles vão às aldeias dos Bororó e Kaiowa, em Dourados, município que registrou o maior número de mortes de crianças indígenas por desnutrição em 2003.

O autor do requerimento de diligência, deputado Waldir Neves (PSDB-MS), explicou que, além da visita às aldeias, a CPI também vai ouvir autoridades que denunciaram irregularidades de órgãos e entidades de proteção aos índios. "Se você conversar só com dirigentes da Funai e da Funasa, eles vão dizer que está tudo bem. Vamos fazer uma audiência pública na Assembléia Legislativa em Campo Grande. Vamos chamar o Ministério Público, a Vara da Criança e do Adolescente e a relatora da CPI que houve no estado e levantou vários dados."

Causas e índices
Na semana passada, o presidente da Funasa, Francisco Danilo Bastos Forte, afirmou à CPI que, desde 2004, com o início de programas específicos para combater a desnutrição, as mortes de crianças indígenas diminuíram aproximadamente 70%. Ele acrescentou ainda que a desnutrição também está associada a vários outros fatores, como a falta de terra, condições degradantes de trabalho, alcoolismo e a falta de condições sanitárias adequadas.

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Da Redação/NN
Com informações da Rádio Câmara

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