Direitos Humanos

Câmara investigará deputado suspeito de ligação com presos

29/11/2007 - 21:23  

O corregedor-geral da Câmara, deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), encaminhará um ofício ao presidente Arlindo Chinaglia pedindo autorização para a investigação da denúncia de que o deputado Dr. Talmir (PV-SP) teria ligações com presidiários de Presidente Prudente (565 km a oeste de São Paulo).

Inocêncio, que considerou a denúncia "gravíssima", disse que a suspeita deve ser investigada sem pré-julgamento. "Daremos o mais amplo direito de defesa, mas é necessário fazer uma investigação profunda o mais rápido possível."

Denúncia
Reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, mostrou ontem a gravação de uma voz feminina que teria telefonado do gabinete do deputado Dr. Talmir em Brasília para um presidiário em Presidente Prudente. No diálogo, eles combinaram detalhes sobre uma manifestação que familiares de detentos fariam em Brasília. A manifestação ocorreu na tarde de ontem em frente ao Congresso Nacional. Dr. Talmir participou do evento e defendeu melhores condições para os detentos.

Proibição para celular
O corregedor considera grave o fato de ocorrerem ligações do gabinete do deputado, já que é proibido o uso de celulares na cadeia. "Justo quem faz a lei e fiscaliza os outros Poderes não pode dar o pior exemplo", assinalou.

Ele também criticou o fato de o parlamentar ter viajado para o exterior depois que soube da denúncia. "Ele deveria cancelar a viagem para se defender e explicar o que houve." Dr. Talmir está em missão oficial em Bruxelas, na Bélgica, onde representa a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara.

Procedimento
Se for autorizada, a investigação preliminar será feita por uma comissão com até cinco membros, que vão ouvir Dr. Talmir e depois decidir se enviam a denúncia para o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

Defesa
Em nota à imprensa, Dr. Talmir explica que, além de integrante da Comissão de Direitos Humanos, é membro da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Carcerário. O deputado diz que colocou seu gabinete à disposição da Associação Filantrópica Rolando Carbognin, que realizou manifestação pública ontem, em Brasília, com o intuito de pedir o cumprimento da Lei de Execução Penal (7.210/84), o direito à ressocialização e a liberdade de imprensa no sistema carcerário.

O deputado informou que retorna ao Brasil na próxima segunda-feira (3/12).

Veja a íntegra da Nota à Imprensa

Da Reportagem
Edição - Regina Céli Assumpção

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