Presidente da EBC explica como funcionará TV pública

30/10/2007 - 12:34  

A diretora-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Tereza Cruvinel, afirmou há pouco que a TV pública não estará subordinada nem à lógica econômica dos anunciantes nem ao poder público. A EBC, segundo ela, estará vinculada diretamente ao poder civil e deverá servir à sociedade. Tereza Cruvinel explicou que as prioridades do sistema serão reforçar a identidade cultural brasileira e estimular a educação para a cidadania. As notícias do governo federal, segundo Cruvinel, continuarão a ser divulgadas pelo canal NBr, que não será extinto.

A jornalista disse também que a programação da TV vai privilegiar a produção regional. Ela lembrou que o atual formato da TV comercial não garante espaço para a esse tipo de produção. Na TV pública, segundo Cruvinel, serão reservadas quatro horas para a programação local e mais quatro horas para programas independentes. "Não vamos competir com o sistema comercial, mas vamos fazer o que ele não faz", disse.

Conselho curador
Sobre o conselho curador, ela explicou que o órgão terá 20 integrantes – 15 da sociedade civil, 4 do governo e 1 representante dos empregados da empresa. Ele informou que esses integrantes serão nomeados pelo presidente da República, acompanhando um modelo adotado em outras TVs públicas, como a BBC. No Brasil, segundo ela, o conselho será o controle social da empresa e toda a diretoria estará subordinada a ele.

Entre os mecanismos previstos na MP para garantir independência ao conselho, Cruvinel citou o mandato de quatro anos não-coincidente com o mandato presidencial e o impedimento da escolha de integrantes representantes de segmentos organizados, como sindicatos. Segundo ela, o conselho será composto por personalidades de elevada representatividade e credibilidade e de diferente formação profissional para assegurar caráter plural ao órgão.

Financiamento
Em relação ao financiamento, Tereza Cruvinel lembrou que a previsão orçamentária para a criação e funcionamento da EBC em 2008 é de R$ 350 milhões. Esse valor, segundo ela, corresponde ao menor orçamento das TVs comerciais. A jornalista explicou que, após o início das operações, a empresa terá outras fontes de financimenmto, como patrocínios e prestação de serviços. "A intenção é ampliar essas fontes, reduzindo a dependência do orçamento federal", disse.

Reportagem - Geórgia Moraes/Rádio Câmara
Edição - Paulo Cesar Santos

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