Comissões debatem informatização da rede escolar pública

26/09/2007 - 10:20  

A informatização da rede escolar pública e suas conseqüências para o aprendizado e para a inclusão digital serão debatidas nesta tarde pela comissões de Educação e Cultura; e de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática.

Foram convidados para o debate, solicitado pelos deputados Raul Henry (PMDB-PE) e Julio Semeghini (PSDB-SP):
- o secretário de Educação a Distância do Ministério da Educação, Carlos Eduardo Bielschowsky;
- o secretário de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social do Ministério da Ciência e Tecnologia, Joe Carlo Viana Valle;
- o diretor-presidente do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), Marcos Vinícius Ferreira Mazoni;
- o diretor-executivo da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), Jorge Werthein;
- o consultor e pesquisador da Ritla Julio Jacobo Waiselfisz.

Raul Henry lembra que recentemente a Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana, em parceria com o Ministério da Educação e o Instituto Sangari, lançou o Índice de Discriminação Digital (IDD), que avalia a situação das regiões e dos estados brasileiros em relação ao uso das novas tecnologias da informação e da comunicação. O trabalho, que tem como base dados recentes do IBGE, apresenta um quadro da exclusão digital no Brasil e um conjunto de recomendações para mudar a essa situação. O estudo também mostra a situação das novas tecnologias da informação na área educacional. Os resultados constam da publicação "Mapa das Desigualdades Digitais", de autoria do sociólogo Julio Waiselfisz.

Desigualdades
De acordo com o "Mapa das Desigualdades Digitais", a exclusão digital reproduz e reforça desigualdades regionais, socioeconomicas e raciais. Nos dois indicadores avaliados - internet domiciliar e uso de internet -, nota-se também desigualdades regionais. O estudo mostra que 14,7% da população brasileira acima de 10 anos morava, em 2005, em domicílios com acesso à internet. Em Alagoas e no Maranhão, no entanto, esses índices ficaram em 4,5% e 2,1%, respectivamente. Já o Distrito Federal apresentou uma taxa de 31,1%.

No caso do uso da internet, a média nacional de pessoas que haviam acessado a rede nos três meses anteriores à pesquisa do IBGE foi de 21%. No caso de Alagoas e Maranhão, esse percentual cai para 7,6% e 7,7%, respectivamente. Já no Distrito Federal, o percentual é de 41,1%.

Em relação às desigualdades socioeconômicas, o estudo mostra que nos 40% da população mais pobre só 5,7% conseguem acessar a rede, enquanto nos 10% mais ricos esse índice foi de 58,7%, isto é, 10,3 vezes superior (ou 930% a mais). No campo racial, 28,3% da população branca com mais de 10 anos de idade utilizou a internet nos três meses anteriores à pesquisa. Entre os negros, esse número cai para 13,3% - uma diferença de 110% .

A audiência pública será realizada às 14h30, no plenário 13.

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Da Redação/RCA

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