Faculdade particular critica gastos com escolas técnicas

17/09/2007 - 12:24  

O presidente do Conselho Consultivo da Faculdade Pitágoras, Cláudio de Moura Castro, afirmou há pouco que o governo joga dinheiro fora quando investe em escolas técnicas de ensino médio. Ele argumentou que há pesquisas segundo as quais os alunos desses cursos são provenientes de famílias abastadas, "que poderiam pagar a melhor escola particular na cidade, mas preferem estudar de graça". Segundo Castro, esses estudantes buscam formação acadêmica e não profissionalizante. "Eles são obrigados àquela chateação de serrar, limar, mas estão buscando mesmo é aprovação no vestibular", disse.

Castro, que participa na Câmara de seminário sobre ensino médio, informou ainda que o setor privado forma por ano 40 milhões de pessoas em cursos livres profissionalizantes ou complementares (como computação e cursos de línguas) que não entram na estatística do Ministério da Educação. Segundo ele, os gastos nesse setor equivalem a 4% ou mais do PIB.

Antes de Castro, o ministro da Educação, Fernando Haddad, havia dito que o governo espera aumentar até 2010 o número de unidades da rede federal de ensino tecnológico de 140 para 354.

Aprendizagem
No seminário, Cláudio de Moura Castro também criticou a legislação brasileira sobre aprendizagem e estágio. A legislação trabalhista prevê várias restrições para estagiários e aprendizes, que não podem, por exemplo, trabalhar com certas máquinas em fábricas nem podem ter uma relação de subordinação com chefes, sob pena de a empresa ser multada pelo Ministério do Trabalho.

"A legislação chegou à perfeição de proibir o aprendiz de produzir", ironizou, lembrando que os empresários estão desistindo de contratar aprendizes. "Receber um aprendiz é o maior abacaxi que se pode imaginar."

O seminário está sendo promovido pela Comissão de Educação e Cultura e ocorre no auditório Nereu Ramos.

Reportagem - Edvaldo Fernandes
Edição - Noéli Nobre

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