Câmara instaura sindicância para averiguar uso de passagem

17/04/2009 - 14:54  

A pedido do presidente da Câmara, Michel Temer, a Diretoria-Geral instaurou nesta sexta-feira sindicância administrativa para apurar irregularidades no uso de créditos de passagens aéreas de parlamentares por parte de agências de turismo.

A sindicância foi aberta após a Câmara ter recebido ofício do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, informando que passagens aéreas compradas em uma agência de turismo, com uso de cartão de crédito de sua propriedade, teriam sido emitidas pela cota do deputado Paulo Roberto (PTB-RS). O ofício ainda comunica que passagem emitida pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), para viagem do ministro Eros Grau, foi emitida pela cota do deputado Fernando de Fabinho (DEM-BA). O documento foi enviado pelo STF à Câmara e à Procuradoria-Geral da República e pedia esclarecimentos em relação aos fatos.

A comissão de sindicância será composta por três servidores e terá 60 dias para apurar os fatos.

Há indícios de que ambos os ministros tenham sido vítimas de um mercado paralelo de bilhetes pagos com dinheiro público, com a venda de passagens a que os deputados têm direito. O site Congresso em Foco, que publicou a denúncia, informa que ambos apresentaram documentos para comprovar que pagaram por seus bilhetes.

Em entrevista à Agência Câmara, o deputado Paulo Roberto se mostrou surpreso com a informação de que saiu de sua cota um voo para o presidente do STF. Segundo o parlamentar, isso reforça sua suspeita de que um ex-funcionário utilizava sobra de passagens que pertenciam ao parlamentar. O servidor foi demitido em outubro de 2008, mas Paulo Roberto prefere não revelar o nome. "Comecei a desconfiar de algo no final do ano passado, quando precisava fazer viagens e não tinha mais nada na minha cota. Foi então que resolvi mandar meu funcionário que tratava do assunto embora, no final de outubro, início de novembro. Desde então pedi à TAM um relatório sobre todas as minhas passagens e que não me foi entregue até hoje. Imagino então que o esquema também esteja dentro da agência da empresa na Câmara, afinal esses nomes apareceriam no relatório que pedi."

O deputado Fernando de Fabinho não foi localizado pela Agência Câmara.

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Da Redação/PR

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