Parlamentares defendem democracia venezuelana

21/11/2007 - 18:31  

Em defesa da adesão da Venezuela ao Mercosul, deputados da base aliada e de partidos de esquerda se revezaram na sessão de votação da CCJ para endossar os argumentos favoráveis à aprovação do protocolo do Mercosul.

O deputado Flávio Dino (PCdoB-MA) lembrou que a cláusula democrática do Mercosul não autoriza um país a impor, isoladamente, sanções a outro. "A Organização dos Estados Americanos (OEA) também tem uma cláusula democrática e nenhum país ou partido político pediu a exclusão da Venezuela da OEA", comparou. Ele disse que, apesar de a monarquia espanhola também seguir cláusulas estranhas à democracia, isso não significa que a Espanha seja antidemocrática.

Já o líder do Psol, deputado Chico Alencar (RJ), pediu uma visão mais "planetária" sobre as relações com os países vizinhos. "Reforçar o Mercosul é fundamental para o Brasil não ficar de costas para a América Latina e é também uma condição estratégica para a diminuição das desigualdades sociais e políticas."

Multilateralismo
O deputado José Genoíno (PT-SP) disse que rejeitar a entrada da Venezuela no Mercosul seria andar na contramão de princípios como o multilateralismo nas relações internacionais e a solução de conflitos sem a ideologização das diferenças. O deputado lembrou que esses princípios são defendidos por organismos como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial do Comércio (OMC). "Interesses divergentes devem ser resolvidos dentro da convivência democrática", afirmou.

Segundo ele, a tese contra a adesão da Venezuela está baseada em uma interpretação que, no passado, produziu o bloqueio econômico contra Cuba.

Reportagem - Roberto Seabra
Edição - João Pitella Junior

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