Debatedores dizem que ainda falta fazer muito contra o preconceito

02/04/2009 - 18:47  

Os desafios a serem enfrentados pelo Brasil e pelo mundo também foram discutidos na audiência desta quinta-feira. O secretário de Ações com a Sociedade e o Governo da Comunidade Bahá`i do Brasil, Iradj Roberto Eghrari, afirmou que 50% da população brasileira continua sendo discriminada.

A coordenadora da organização não governamental Criola, Lúcia Xavier, ressaltou que ainda falta colocar em prática as ações sobre o tema. "Temos a honra de ter uma Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, mas não temos como provar que essas políticas tiveram um efeito contra o racismo. Os efeitos dessas políticas ainda não fazem parte da vida das pessoas", disse a coordenadora.

Cotas
A coordenadora defendeu a criação de cotas nas universidades e a implementação da Política Nacional de Saúde Integral da população negra, aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde em 2006. Ela declarou que iniciativas como essas não são uma forma de tratamento diferenciado à população negra.

"Pelo contrário, fomos tratados com diferença ao longo da história deste país, quando éramos escravos", disse. Para Lúcia Xavier, a ação contra o racismo representa a instauração do Estado democrático de direito.

Enfrentamento global
A relatora da Conferência Mundial contra o Racismo (Durban 2001) e representante da Coordenadoria da Mulher e da Igualdade Racial, Edna Roland, lembrou que todos os países precisam enfrentar o racismo, que é um fenômeno global. Em âmbito nacional , ela cobrou a elaboração de um plano nacional de enfrentamento ao racismo assumido por todo o governo brasileiro.

"Não basta a existência e uma secretaria de direitos humanos precisamos de instituições nacionais independentes, que tenham inclusive a função de fiscalizar as ações do Poder Executivo", afirmou.

Reportagem - Noéli Nobre
Edição - Maria Clarice Dias

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