Comissão analisa criação de universidade do Mercosul
16/05/2008 - 16:01
A Comissão de Educação, Cultura, Ciência, Tecnologia e Esporte do Parlamento do Mercosul avaliou na primeira reunião realizada no Brasil a implantação da Universidade Federal de Integração Latino-Americana (Unila).
Parlamentares dos quatro países do Mercosul - Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai - e da Venezuela, que está em processo de adesão ao bloco econômico, discutiram a criação da Unila, que será instalada na região da tríplice fronteira, na cidade de Foz do Iguaçu (PR).
A proposta da universidade consta do Projeto de Lei 2878/08, do Executivo, que tramita na Câmara. O integrante da comissão de implantação da Unila professor Célio Cunha informou que a nova universidade começará a funcionar no segundo semestre de 2009 e deverá contar com 500 professores e 10 mil alunos, metade dos quais brasileiros. O conteúdo será ministrado em português e espanhol e o ensino não será "compartimentado", garantiu, mas "interdisciplinar".
Mentalidades políticas
Deverão receber ênfase especial cadeiras ligadas ao processo de integração regional. E o projeto arquitetônico terá a assinatura de Oscar Niemeyer. "Trata-se de um ambicioso projeto. Vamos trabalhar para que ele seja aprovado rapidamente na Câmara e no Senado", assinalou a presidente da comissão, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS).
O professor Célio Cunha ressalta que a universidade vai fortalecer a integração da América Latina. "A Unila tem também essa vertente de oferecer cursos e formar mentalidades políticas com uma nova cabeça. Porque são essas novas mentalidades que poderão, em diferentes situações, em diferentes ambientes latino-americanos, dar uma forte cooperação na construção de uma América Latina mais solidária, essa América Latina que todos sonhamos."
Escolas de Fronteira
Os parlamentares da comissão avaliaram ainda o projeto Escolas de Fronteira, que atende às chamadas `cidades gêmeas`, que se dividem em dois países vizinhos, como Brasil e Argentina. A representante do Ministério da Educação, Roberta de Oliveira, explicou que o objetivo do intercâmbio de professores e alunos é integrar os cidadãos do Mercosul desde a infância. "Nós partimos dessa idéia de cidades que têm uma correspondente do outro lado, no outro país, imaginando que isso era suficiente, estarem próximas. Mas descobrimos que elas estavam próximas mas de costas uma para a outra, cada uma olhava para o seu país."
Pelo projeto, criado em 2005, crianças brasileiras e argentinas que vivem em cidades como Uruguaiana (RS) e Paso de los Libres têm toda semana aula com professores do país vizinho.
A senadora Marisa Serrano lembrou que uma lei já em vigor no Brasil determina que os estudantes de ensino médio tenham aulas de espanhol. Para isso, observou, serão necessários 30 mil professores do idioma.
O Parlamento do Mercosul deve discutir ainda a criação de um fundo educacional para incentivar projetos na área do bloco econômico. Da Redação
Edição - Regina Céli Assumpção
Com informações da Agência Senado
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