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Eleições 2014

TSE e Supremo apostam agora na garantia da governabilidade

08/08/2019 - 10h00

  • TSE e Supremo apostam agora na garantia da governabilidade

Depois de uma campanha eleitoral acirrada e com resultado apertado para a Presidência da República, a Justiça Eleitoral aposta agora na garantia da governabilidade. Este foi o foco do balanço final das eleições de 2014 que os presidentes do Tribunal Superior Eleitoral e do Supremo Tribunal Federal apresentaram na noite deste domingo.

O TSE anunciou oficialmente a reeleição da presidente Dilma Rousseff às 20h27 do domingo, com 98% dos votos apurados. A diferença de apenas 3% dos votos válidos entre os dois candidatos é a menor desde a redemocratização. Para o presidente do TSE, Dias Toffoli, o momento agora é o de buscar a unidade junto à população.

"No Estado Democrático de Direito, o que importa é que – passado o processo eleitoral mesmo com uma diferença pequena de voto – a sociedade volte a estar unida e pensarmos na necessidade do desenvolvimento desta grande nação: o quarto maior eleitorado do mundo, a quarta maior democracia do mundo."

O presidente do STF, Ricardo Lewandowski, concorda, e chamou a atenção para a garantia de governabilidade no novo governo de Dilma.

"As eleições foram extremamente disputadas e acirradas, mas o povo discutiu e levou este debate de forma civilizada. A Justiça Eleitoral garantiu a tranquilidade do pleito e assegurará a posse de todos os eleitos. Ao Poder Judiciário como um todo, cabe agora afiançar a governabilidade do país naquilo que lhe diz respeito. As eleições demonstraram que o Brasil vive um momento de democracia plena e de instituições republicanas perfeitamente consolidadas."

Neste segundo turno de eleições, o TSE registrou 1.052 ocorrências de irregularidades ou crimes eleitorais, que levaram à prisão de 451 pessoas. Os casos mais recorrentes foram de boca de urna (406), divulgação de propaganda (280) e transporte de eleitores (53). 

A deputada eleita Cristiane Brasil, do PTB fluminense, chegou a ser detida com outras 12 pessoas por fazer boca de urna, no Rio de Janeiro. Em Porteirinha, no norte de Minas Gerais, um homem foi preso depois de atear fogo em uma urna eletrônica. E em Mossoró, no Rio Grande do Norte, um homem foi assassinado perto de um local de votação, mas, segundo o TRE potiguar, o crime não teve motivação eleitoral.

O presidente do TSE, Dias Toffoli, elogiou o processo de identificação biométrica e prometeu aperfeiçoá-lo e ampliá-lo nas próximas eleições. Apenas 0,75% (3.238 das 428.894) das urnas foi substituído neste domingo. Houve votação manual em três seções eleitorais (MG, SP e PE). Por fim, Toffoli sintetizou assim o processo eleitoral de 2014.

"Esta é uma eleição em que houve muitas emoções e uma tragédia no meio."
A "tragédia" citada por Toffoli é a morte do candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, ocorrida em agosto, algumas semanas antes do primeiro turno eleitoral.

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