Rádio Câmara

Semana da Criança

Amamentação contribui para diminuição da mortalidade infantil

08/08/2019 - 10h00

  • Amamentação contribui para diminuição da mortalidade infantil

Quando o bebê nasce, a interrogação que passa a ocupar todos os minutos a cabeça dos pais é: e agora, o que fazer? Quando a criança não gosta de comer, os pais devem forçá-lo, ou deixar seu filho à vontade? O pediatra Antônio Márcio Lisboa, aconselha os pais a não obrigarem a criança a comer quando ela não quer.

Sonora: “O grande segredo é não forçar a criança a comer. Respeitar sempre o apetite da criança e não usar de nenhum artifício para que ela coma. Por exemplo, brincadeira, careta, prometer qualquer coisa e muito menos ameaçar a criança com castigos, às vezes até físicos, para ela deixar de comer.”

Ele lembra que 80% das crianças de 1 a 5 anos costumam passar por fases em que comem pouco. Nos 52 anos de experiência como pediatra, Dr. Lisboa afirma que nenhuma criança ficou doente por comer pouco. Ele ressalta, porém, que a criança deve seguir uma rotina para alimentação. A amamentação, por exemplo, é outra fonte de dúvidas maternas, principalmente as de primeira viagem. Dr. Lisboa afirma que tem observado, na experiência de seus 52 anos de pediatria, que a resistência das mães à amamentação vem diminuindo. Ele ensina que as crianças devem ser amamentadas exclusivamente até os seis meses. A partir daí, a alimentação deve ser complementada com frutas e papinhas, mas dr. Lisboa defende a amamentação até os dois anos de idade, pois só traz benefícios às crianças.

Sonora: “A amamentação aproxima a criança de sua mãe. Só isso seria suficiente para que as crianças fossem amamentadas. Sem dizer que o leite materno não ocasiona alergia, o leite de vaca ocasiona um grande número de alergias nas crianças. O leite materno fornece anticorpos às crianças. Criança amamentada dificilmente tem diarréia, as infecções respiratórias são muito mais leves, são crianças muito mais resistentes, o desenvolvimento delas é muito melhor, e acima de tudo os aspectos emocionais. Quer dizer, o leite materno fornece todos os elementos para o corpo e para a alma do bebê.”

Ele destaca que o empenho do governo e da sociedade científica em favor da amamentação tem contribuído para a mudança da mentalidade da população. A deputada Ângela Guadagnin, do PT de São Paulo, que é pediatra e presidente da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara, explica que existem duas frentes para se combater a mortalidade infantil: na prevenção e no acompanhamento pré-natal. Por isso, ela considera muito importantes as campanhas pelo aleitamento materno na luta pela redução da mortalidade infantil no Brasil.

Sonora: “Tem muita mulher que ainda desmama muito cedo. Então a gente tem que sempre conscientizar a mãe para ela amamentar e preparar os serviços para dar condições de estar dando atenção para essa mãe para ela se sentir protegida, abrigada, com condições de amamentar, se ela está tensa, desconhece, então acaba não amamentando.”

Segundo dados do Ministério da Saúde, em 99, morreram 31,8 crianças por mil nascidas vivas. Apesar do declínio em todas as regiões, a desigualdade regional revela valores bem maiores no Nordeste e no Norte do País.

De Brasília, Adriana Magalhães.

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