06/12/2018 16:33 - Direitos Humanos
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O documentário "Chega de Fiu Fiu" nasceu a partir de uma pesquisa da ONG Think Olga que mostra que 81 por cento das mulheres brasileiras têm medo de serem assediadas nos espaços públicos. A coleta de dados provocou a criação de uma plataforma colaborativa, em que mais de 5 mil denúncias de violência se transformaram em pontos em um mapa de alerta para as mulheres. Alguns destes relatos de assédio são reproduzidos no filme, que estreou em maio e já teve mais de 200 exibições. A mais recente foi nesta quinta-feira (6), promovida pela Secretaria da Mulher da Câmara.
O filme acompanha as dificuldades de três mulheres, em Brasília, Salvador e São Paulo, diante de situações constantes de assédio. Também utiliza uma câmera escondida em óculos para mostrar exemplos de abordagens desrespeitosas feitas pelos homens. Tem ainda depoimentos de especialistas no combate à violência contra a mulher. E promove uma roda de conversa com alguns homens, que segundo a diretora do documentário, Amanda Kamanchek, faz com que eles se questionem sobre episódios que nem eram identificados como um problema.
"Eles leram lá relatos que as mulheres trazem no mapa, se impactaram muito por esses relatos, mas também conseguiram, em duas horas de conversa, mudar muito a percepção que eles tinham sobre a atuação deles mesmos, sobre o que é ser homem e como eles poderiam modificar uma série de atitudes e pensamentos para, enfim, mudar esse cenário."
Daniele Gruneich, assessora técnica da Secretaria da Mulher, destacou propostas legislativas que pretendem combater o assédio. A mais recente é a lei (13.718/2018) que tipifica como crime a importunação sexual, em vigor desde setembro. Uma preocupação é a diminuição da fatia do Orçamento para políticas públicas específicas para as mulheres: em anos anteriores, o montante já chegou a R$ 300 milhões, mas a proposta para 2019 é de R$ 50 milhões.
"Valores específicos para essas políticas públicas fazem com que, além da sociedade civil saber que está sendo gasto aquele recurso especificamente para o enfrentamento à violência contra a mulher, também os próprios gestores daquela política pública consigam se planejar pra melhor gerenciar aquele recurso e implementar nas medidas de cumprimento da legislação."
Danielle acrescentou a importância do acompanhamento dessas políticas públicas, para resolver problemas como a falta de delegacias especializadas e o tamanho reduzido da rede de acolhimento a vítimas de violência.
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