17/10/2018 20:02 - Saúde
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A imagem mais comum que se tem do psicopata ou sociopata é do serial killer dos filmes de Hollywood. Mas especialistas reunidos em uma audiência pública da Comissão de Direitos Humanos avisam: ele pode estar do nosso lado. A condição é hereditária. Cientistas brasileiros, por meio de exames de imagem, já mostraram que o psicopata tem pouco desenvolvida a área do cérebro responsável pelas emoções. O resultado, segundo Hilda Morana, da Associação Brasileira de Psiquiatria, é um indivíduo que não tem empatia, ou seja, é indiferente às outras pessoas.
"O psicopata, ele não tem isso no cérebro dele, ele não desenvolveu o gostar do outro. Por isso, ele tem uma individualidade muito premente. Ele precisa satisfazer esta individualidade de uma forma muito intensa".
A grande maioria não tem ficha criminal. Está presente em várias profissões, inclusive em cargos de chefia. A psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, autora do livro "Mentes Perigosas", um best-seller sobre o tema, lembra que, embora sejam minoria na sociedade, os psicopatas podem fazer um grande estrago, mesmo quando não usam violência, como nos casos de corrupção.
"Todo corruptor contumaz, na minha opinião, é um psicopata. Porque há uma indiferença com uma grande população, há uma inconsequência com seus atos no sentido de não ver o que está tirando do outro. Isso é falta de empatia. Como um pedófilo contumaz. Isso também é falta de empatia".
Alguns cometem crimes inexplicáveis, e não sentem culpa nem desconforto. Se na população em geral, a porcentagem de psicopatas varia entre 1 e 3%, eles ocupam 20% das vagas das prisões em todo o país. Para o deputado Adelmo Carneiro Leão, do PT de Minas Gerais, que é médico, este dado é um alerta que justificaria uma interferência no sistema prisional.
"Na lógica da construção de uma sociedade verdadeiramente humanista, o psicopata, com todas as suas limitações e a sua condição, ele precisa ser tratado como também um ser humano, por mais insensível que ele seja".
Na audiência pública, a representante do Conselho Federal de Psicologia, Juliana Ferreira da Silva, discordou da análise feita pelas psiquiatras sobre os indivíduos sociopatas. Ela ressaltou que o que é considerado normal vai sendo construído e modificado ao longo do tempo pela sociedade. E que mesmo indivíduos com características tidas como "desviantes" não devem ser considerados como diferentes apenas com base em dados biológicos.
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