24/04/2018 21:28 - Economia
24/04/2018 21:28 - Economia
As mudanças climáticas já estão afetando o regime das bacias hidrográficas brasileiras, como a do rio São Francisco, e isso impõe alterações no planejamento do setor hidrelétrico.
A afirmação foi feita nesta terça-feira (24) pelo ex-presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente Andreu. Ele participou de audiência pública promovida pela comissão especial que debate o projeto de privatização da Eletrobras (PL 9463/18).
Para Andreu, o novo cenário climático, com a redução da vazão dos rios, vai exigir do poder público o papel de regulador para mediar as disputas que surgirão entre os usos múltiplos da água.
"Nós vamos ter que mudar a operação dos reservatórios do setor elétrico no Brasil. Nós vamos ter que sair da visão de segurança energética para visão de segurança hídrica".
Andreu defendeu que somente o poder público pode fazer o papel de mediação, daí a necessidade de manter a Eletrobras estatal, pois ela poderá atuar como braço do estado.
O deputado Arlindo Chinaglia, do PT paulista, concordou com o ex-presidente da agencia reguladora.
"É impossível a inciativa privada solucionar conflitos de interesse porque uma atividade econômica não vai ceder para outra atividade econômica. [...] Nós temos que dar atenção para a soberania hídrica, e não para a soberania elétrica".
Durante o debate, o deputado Fabio Garcia, do Democratas do Mato Grosso, defendeu o projeto de privatização da Eletrobras. Para ele, o estado não tem mais meios de financiar o setor elétrico. A venda da estatal surge como uma alternativa para preservar o patrimônio já construído.
"Aqui, o que a gente tenta, na verdade, ao contrário do que dizem aqueles que são contra [à privatização], é preservar o patrimônio do povo colocando uma gestão mais eficiente à frente dessa empresa".
Os integrantes da comissão especial devem se reunir para discutir o calendário de tramitação do projeto de privatização da Eletrobras. O governo e o relator querem apressar a análise da proposta. Já os deputados contrários ao projeto pressionam por mais audiências públicas.
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