Radioagência

O fotógrafo mineiro Edson Campolina, radicado no Rio de Janeiro há 20 anos, começou a prestar atenção na população que vai aos jardins do Museu da República, o antigo Palácio do Catete: a maioria eram idosos. O bairro do Catete tem uma das maiores concentrações de moradores com mais de 60 anos da cidade. Quase todos os frequentadores do parque estavam sozinhos. Foi a solidão deles que motivou a produção das fotos que resultaram na exposição Sênior, em cartaz na Câmara dos Deputados. O título foi escolhido pelo fotógrafo para evidenciar a sabedoria dos mais velhos, que, segundo ele, está sendo desperdiçada pela sociedade em geral.

"Quando você vai conhecer, passa a se aproximar dessas pessoas, você percebe que ali tem muita sabedoria, muita experiência"

A solidão foi registrada em fotos em preto e branco, que exploram o contraste entre luz e sombra e têm parte das imagens propositalmente desfocadas. A partir do contato com os idosos para fazer as fotos, Edson Campolina começou a recolher estatísticas sobre o envelhecimento no Brasil. Também estudou o Estatuto do Idoso. Na hora de organizar a exposição, substituiu as legendas por alguns artigos do estatuto. O fotógrafo quer fazer da mostra um instrumento para a conscientização dos brasileiros sobre como valorizar mais esse grupo de pessoas mais experientes.

"A exposição, ela é um chamado. Primeiro: pra gente conhecer o Estatuto do Idoso. Segundo: pra gente buscar a aplicação dele, a aplicabilidade dele. Terceiro: pra gente deixar de desconsiderar o quanto essa população ainda pode contribuir pro País, pro desenvolvimento do País, em todos os sentidos".

A mostra de fotografias Sênior está em cartaz no Espaço do Servidor, que fica no anexo dois da Câmara, até o dia 13 de outubro. Pode ser vista de segunda à sexta-feira, das 9h às 17h.