21/09/2017 13:20 - Política
Radioagência
Rodrigo Maia diz que denúncia contra Temer será votada em outubro
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou que deve colocar em votação a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer ainda em outubro. Nesta quarta-feira (21), a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal rejeitou recurso de Temer e decidiu que a denúncia deverá ser enviada à Câmara, responsável por autorizar ou não o prosseguimento da ação enquanto o presidente estiver no cargo.
Na última semana, quando o então procurador-geral da República Rodrigo Janot denunciou o presidente da República por organização criminosa e obstrução da Justiça, Rodrigo Maia adiantou que todo o encaminhamento do caso deve transcorrer como na primeira denúncia, sem interferência no processo.
Na Câmara, nos últimos dias, parlamentares têm avaliado o impacto da denúncia na Casa.
O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) acredita na autorização da Câmara para que a investigação de Temer prossiga no STF e que ele seja afastado do cargo.
"Temos uma grande esperança de aprovar a autorização do prosseguimento da denúncia no Supremo aqui na Câmara. Isso porque a base do governo se encontra muito mais fragmentada e o número de deputados a favor do prosseguimento da denúncia certamente vai aumentar nessa segunda votação. O nosso desafio é fazer com que esse aumento chegue aos 342 votos necessários"
Vice-líder do governo, o deputado Beto Mansur (PRB-SP) afirmou que o governo tem votos suficientes para barrar a denúncia na Casa.
"Nós respeitamos a decisão do Supremo. É lógico que nós vamos dar agilidade para que nós possamos discutir a denúncia na Comissão de Constituição Justiça e já temos votos suficientes exatamente para que a gente possa discutir tecnicamente, com profundidade, e lógico que o Plenário da Casa vai tomar uma posição política para encerrar esse assunto, até porque, na minha visão, a denúncia é muito mais fraca do que foi a primeira."
Opinião semelhante tem o vice-líder do PMDB deputado Carlos Marun (MS).
"Atrapalhar, atrapalha. Atrapalhar, já atrapalhou. Atrapalhar, está atrapalhando, todavia, isso faz parte e cabe a nós termos o devido senso de responsabilidade para priorizarmos as coisas. Pela fragilidade da denúncia, talvez não tenha nem o poder de fazer o que aconteceu em relação à outra, que é paralisar os outros trabalhos."
Vice-líder da minoria, o deputado Henrique Fontana (PT-RS) acredita, por sua vez, que as provas contra Temer são bastante consistentes.
"Vai ser uma vergonha um deputado, depois de ler a consistência desta denúncia contra Temer, votar aqui para absolver Michel Temer, para salvar Michel Temer. Então, nós vamos intensificar este debate com a sociedade, especialmente para que aumente a pressão sobre os deputados no sentido de que a denúncia seja acolhida, já que a gravidade dos fatos tem a consistência do conjunto probatório, com recibos, transferências entre contas de empresas offshore."
Até o momento, sete dos onze ministros do STF votaram pelo envio da denúncia à Câmara. O único a divergir foi o ministro Gilmar Mendes, que sugeriu a devolução da acusação à procuradoria.
Os ministros avaliam se será necessário suspender o envio da denúncia à Câmara, tendo em vista a possibilidade de rescisão do acordo de colaboração premiada de dirigentes do grupo J&F. Parte da denúncia se baseia nessa delação, o que poderia invalidar a peça acusatória.
O julgamento será retomado nesta quinta-feira (21).