Radioagência

Deputadas integrantes da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa participam da 21ª edição do Congresso Internacional de Geriatria e Gerontologia. O encontro começou neste sábado e vai até quinta-feira em São Francisco, nos Estados Unidos. É o maior evento da área: são esperados 6 mil participantes para debater vários aspectos das políticas de envelhecimento, como a melhoria das práticas de saúde, a violência contra o idoso e a mobilidade urbana. A deputada Cristiane Brasil, do PTB do Rio de Janeiro, é co-autora de dois artigos científicos sobre ações que ela desenvolveu quando estava na Secretaria do Idoso da Prefeitura carioca.

"Um projeto chama-se ‘Nosso Espaço’, um projeto de centros de convivência que foram implantados em clínicas da família, onde os idosos fazem atividades das mais variadas, que vão desde artesanato, ginástica, oficina da memória".

A qualidade de vida também é uma preocupação da deputada Raquel Muniz, do PSD de Minas. Geriatra, ela pretende trocar não só experiências médicas, mas também discutir temas como as mudanças no sistema previdenciário. A parlamentar salienta que a reforma é necessária diante do envelhecimento rápido da população, mas é preciso ser feita com critério e considerar as consequências para as pessoas idosas.

"Quando se interrompe o trabalho, elas começam a ter depressão. Então é preciso também fazer uma programação para que quando as pessoas deixem o trabalho, que elas possam continuar participando, tendo vida social, contribuindo para o Brasil com a experiência acumulada"

As duas parlamentares lembram as ações promovidas pela Câmara dos Deputados em relação aos idosos, como a criação da comissão permanente para cuidar dos direitos deles e a preocupação com acessibilidade. No primeiro semestre deste ano, foi lançado pelo Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara o trabalho intitulado "Brasil 2050 - os desafios de uma nação que envelhece". Mesmo assim, elas acham que o tema tem que estar mais presente nas agendas dos poderes Executivo e Legislativo. Para a deputada Cristiane Brasil, se nada for feito para tornar o envelhecimento populacional uma prioridade, pode acontecer o que ela chama de "tragédia humana" em áreas como a saúde pública.

"O idoso é acometido por duas, três, às vezes quatro doenças crônicas ao mesmo tempo e doenças essas que se não tiverem o tratamento de longo prazo eles vão piorar de situação de saúde"

A Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa aprovou agora em julho um projeto que prevê prioridade na internação e no tratamento de saúde para pessoas com mais de 80 anos. Esta é a faixa da população brasileira que mais vai crescer nas próximas décadas e já está sendo chamada de "Quarta Idade".