Radioagência

Está na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania projeto de lei (PL 7/11) que determina que a construção, a ampliação ou a reforma de ginásios esportivos devem atender aos critérios de acessibilidade para pessoas com deficiência física, e possuir equipamentos para a prática paradesportiva.

O projeto já foi aprovado pelas comissões de Seguridade Social e Família, de Finanças e Tributação, e na antiga comissão de Turismo e Desporto.

O texto aprovado nesta última comissão teve como relator o deputado André Figueiredo, do PDT cearense. Ele explicou a importância das reformas para o acesso de pessoas com deficiência:

"Propiciar que as novas construções e que as reformas de ginásios pudessem ser adaptadas tanto para o acesso para pessoas com deficiências, quanto também para a prática de atividade paradesportiva. A nossa preocupação foi dupla até mesmo para atender o que a Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência determinou em 2007."

O professor de arquitetura e especialista em acessibilidade, Frederico Flósculo, disse que a construção de obras acessíveis é uma questão cultural e não custa mais cara:

"A pessoa acostumada a construir mal acha horrível começar a construir bem. Então, a mudança de hábitos é difamada pela dificuldade nos custos, o que é uma coisa absolutamente tola, mentirosa, equivocada e errônea. Não custa mais caro construir bem e fazer as obras acessíveis. É uma questão de cultura e o Estado tem um papel fundamental."

O atleta paralímpico Guilherme Costa disse que já existem melhorias nos ginásios, mas que ainda é preciso melhorar ainda mais:

"Dá para melhorar bastante, mas, nas cidades grandes, eu vejo que já está bem bacana. Mas dá para melhorar, como o acesso à rampa, acesso à arquibancada, que muitas vezes não tem, e banheiro."

Guilherme também acredita que todos os ginásios deveriam possuir acessibilidade:

"Todos ginásios deveriam ser adaptados. Não precisa ter um ginásio especifico. O ginásio é feito para a comunidade e nós não fazemos parte de um grupo seleto, um grupo segregado, nós somos parte da comunidade também. O sonho é que todos os ginásios sejam adaptados."

O projeto tramita em caráter conclusivo. Se aprovado na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, ainda dependerá do aval do Senado para virar lei.