Radioagência

O deputado Darcísio Perondi, do PMDB gaúcho, defendeu o governo da acusação publicada em veículos da imprensa de que a recente vitória na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara teria custado mais de R$ 15 bilhões em liberação de verbas, incluindo emendas parlamentares. A comissão votou majoritariamente contra à continuidade do processo contra o presidente Michel Temer, por crime de corrupção passiva.

Segundo o jornal O Globo, apenas nos últimos 15 dias, o governo empenhou R$ 1,9 bilhão em emendas.

Vice-líder do governo, Darcísio Perondi argumentou que deputados da oposição também tiveram recursos de emendas liberados, com valores muitas vezes superiores aos governistas:

"Não apenas os deputados da base tiveram seus recursos de emendas empenhados como também os deputados da oposição, que fazem oposição sanguinolenta na comissão da denúncia vazia. E nomes expressivos estão aqui.”

Perondi afirmou, ainda, que as emendas visam destinar recursos para ações e obras nas regiões de atuação dos parlamentares e que trazem benefícios para as comunidades.

Vice-líder da minoria, o deputado Henrique Fontana, do PT do Rio Grande do Sul, observou que o pagamento das emendas individuais é impositivo, conforme a Constituição, mas reiterou que o volume de pagamentos para a base do governo foi muito superior à de outros parlamentares:

"Mostram o privilégio enorme de deputados da base do governo, mais especialmente de deputados que foram fundamentais, ali na CCJ, para apoiar o arquivamento da denúncia contra Michel Temer."

Fontana disse, ainda, que há privilégio na liberação de recursos para obras e ações de prefeituras ligadas a deputados da base do governo. Ele acredita que Temer adotou "vale-tudo" para se manter no poder.

O Plenário da Câmara deve decidir em 2 de agosto se autoriza o Supremo Tribunal Federal a abrir processo penal contra o presidente Michel Temer.