25/05/2017 15:21 - Direitos Humanos
25/05/2017 15:21 - Direitos Humanos
A Comissão de Direitos Humanos vai fazer diligência, nesta sexta-feira (26), na Fazenda Santa Lúcia, no município de Pau d'arco, no sudeste do Pará, onde dez trabalhadores rurais foram assassinados na última quarta-feira (24). A chacina ocorreu durante uma ação de reintegração de posse realizada pelas Polícias Civil e Militar.
O objetivo da comissão é averiguar violações de direitos humanos ocorridas no local, conforme explica o deputado Zé Geraldo, do PT do Pará:
"Nós estaremos amanhã no sul do Pará, com a Comissão de Direitos Humanos da Câmara, para chegar até o local da chacina, que é uma área que estava sendo disputada por posseiros e que teve uma reintegração de posse. Uma parte saiu, e aproximadamente 25 pessoas permaneciam lá, e a polícia matou 10."
O deputado destaca que o Pará vem sendo palco de muitos conflitos agrários nos últimos anos, como o massacre de Eldorado dos Carajás, em 1996, quando 19 sem-terra foram mortos em ação da polícia do estado.
Zé Geraldo acredita que algumas medidas tomadas pelo governo Michel Temer agravaram os conflitos na região:
"Um foi acabar com o Ministério da Reforma Agrária e outro foi praticamente sucatear o Incra. Então, quando você sinaliza daqui para os estados de que o MDA foi extinto e o Incra está sucateado é sinal de que a reforma agrária não tem mais prioridade. É sinal que as áreas em disputa estão fora de cogitação do governo comprar, indenizar, e os proprietários começam, então, na base da força, querer retomar essas áreas."
O parlamentar defende que o governo federal intervenha nessas áreas. O Conselho Nacional de Direitos Humanos e a Procuradoria Federal dos Direitos dos Cidadãos já estão no local fazendo averiguações.
A Comissão Pastoral da Terra, que registra e analisa os conflitos no campo no Brasil, já confirmou 26 assassinatos no campo desde janeiro de 2017. Um deles foi a chacina de Colniza, no Mato Grosso, no dia 19 de abril, quando 9 trabalhadores rurais foram assassinados por um grupo de homens encapuzados. Ainda conforme os dados da Pastoral da Terra, no ano passado, ocorreram 61 assassinatos no campo – o maior número registrado desde 2003.
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