Saúde

Ministério da Saúde aponta desafios para erradicar tuberculose até 2035

06/12/2016 - 21:32  

Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Audiência pública sobre o Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose, que se encontra em processo de elaboração
Comissão de Seguridade realizou audiência pública para debater a elaboração do Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose

A coordenadora do Programa Nacional de Controle da Tuberculose do Ministério da Saúde, Denise Arakaki, destacou a importância do combate à tuberculose no Brasil para que a doença seja erradicada do continente americano. Em debate nesta terça-feira (6) na Comissão de Seguridade Social e Família, Denise disse que, apesar das dificuldades, o País tem condições de cumprir as determinações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e erradicar a tuberculose até 2035.

Entre os vários desafios a serem enfrentados, a representante do Ministério da Saúde citou a reestruturação e o fortalecimento dos serviços de saúde nos estados, a melhoria da capacidade laboratorial e a incorporação de novos medicamentos ao tratamento.

“A gente tem visto alguns estados sofrendo muito para manter suas atividades de rotina”, afirmou Denise Arakaki. “Novos medicamentos são lançados e isso impõe um desafio adicional que é conseguir incorporar essas novas tecnologias no Brasil”, acrescentou.

Em 2015, o Brasil teve 67 mil novos casos de tuberculose, totalizando 35% dos casos nas Américas, e 4.400 mortes. Em 2014, das 4 mil mortes provocadas pela tuberculose, 10% ocorreram com pacientes que também tinham o vírus HIV.

Medidas contra a doença
O diretor da Rede Brasileira de Pesquisa em Tuberculose, Afrânio Kritski, destacou que, para alcançar a erradicação da tuberculose, é preciso investir em melhores condições de vida e em pesquisa para que novos medicamentos e processos de atendimento possam ser implementados.

"A tuberculose é um problema por quê? Porque ela não tem visibilidade, não se reconhece ela como importante e, do ano passado para cá, a tuberculose mata mais que o HIV. No Brasil, entre os pacientes com HIV, o que mais mata é a tuberculose. Então é crucial que o programa de tuberculose e o programa de aids tenham ações conjuntas. Tem que melhorar a detecção e o tratamento de tuberculose e HIV no País", afirmou Afrânio Kritski.

O presidente da Frente Parlamentar pelo Fim da Tuberculose, deputado Antonio Brito (PSD-BA), destacou que o objetivo dos trabalhos da frente é dar visibilidade para o problema e tentar alocar recursos para que a doença seja erradicada no País. "Neste momento, é fundamental que a frente traga a sociedade civil, a academia e os parlamentares para ver essa doença que a gente precisa erradicar", afirmou.

As principais populações atingidas pela tuberculose são os moradores das periferias das grandes cidades, a população carcerária e a de rua, e os portadores do vírus HIV.

A doença se caracteriza por uma tosse seca ou com secreção por mais de duas semanas. O diagnóstico é feito por meio de testes em postos de saúde. O tratamento da tuberculose dura seis meses e precisa ser feito até o fim.

Reportagem – Karla Alessandra
Edição – Pierre Triboli

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