Relações exteriores

Câmara homenageia povos árabes pelo Dia Mundial de Jerusalém

Homenagem foi feita em sessão solene realizada nesta quinta-feira (14)

14/06/2018 - 18:21  

Em homenagem ao dia mundial de Jerusalém, comemorado anualmente na última sexta-feira do sagrado mês do Ramadan , que em 2018 se iniciou em 15 de maio, a Câmara dos Deputados realizou, nesta quinta-feira (14), sessão solene requerida pelo deputado Evandro Roman (PSD-PR). 

Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Homenagem ao Dia Mundial de Al-Quds / Jerusalém
Solene pelo Dia Mundial de Jerusalém

Em discurso lido no Plenário, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a data deve servir como reconhecimento da comunidade internacional pela manutenção da paz no Oriente Médio. “A Organização das Nações Unidas, por meio de diversas resoluções defende status especial para a cidade e têm procurado priorizar o respeito e a relevância de Jerusalém”, afirmou.

Maia também lembrou da importância que a cidade tem para três maiores religiões monoteístas do mundo. “Homenagear Jerusalém implica respeitar a presença palestina na cidade, tendo em vista as circunstâncias históricas e geopolíticas que asseguram ao direito, mas implica, também, secundar as disposições da Organização das Nações Unidas (ONU) baseadas no reconhecimento do status religioso e civilizacional da cidade santa e seu forte significado para as três tradições: cristianismo, judaísmo e islamismo”.

Para o deputado Evandro Roman, presidente do grupo parlamentar Brasil-Irã, celebrar o dia mundial de Jerusalém significa refletir sobre o relacionamento dos povos. “Ao meu ver, comemorar e homenagear o dia mundial de Jerusalém deveria ser uma unanimidade global para tornar-se um momento de reflexão sobre a importância do relacionamento entre os povos”, afirmou.

“Nada mais justo por ser Jerusalém o berço e a cidade sagrada das três principais religiões monoteístas: a Judaica, a Cristã e o Islã. Lá estão os templos mais importantes das três religiões. Em Jerusalém está arraigada aquilo que o ser humano tem de mais profundo: a sua convicção religiosa que, afinal, determina toda a sua trajetória de vida”, completou.

Israel x Palestina
Na solenidade, os deputados Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) e Roberto de Lucena (Pode-SP) se manifestaram a favor do Estado de Israel. “Nós muito falamos com relação à Palestina mas poucas vezes nós também olhamos para os atos realizados pela Palestina contra os direitos humanos”, destacou Eduardo Bolsonaro.

O deputado Sóstenes reclamou da censura que alguns países árabes exercem contra outros povos. “A maioria não respeita, não dá visto a missionários cristãos. Eu gostaria de fazer um apelo aos senhores embaixadores por respeito e por convivência na paz. Se nós queremos de verdade a paz, nós devemos ter reciprocidade com os demais”, disse.

O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) disse que o partido apoia o povo palestino, sua luta justa de libertação e o direito ao seu estado. “Nós somos a favor da criação imediata do Estado palestino. Isso é um direito do povo palestino já reconhecido pela ONU, mas pela pressão dos bancos, da grande mídia internacional, que é controlada por grupo judeus, isso não acontece”, afirmou.

Segundo Valente, é preciso deixar o povo brasileiro ciente do que acontece no Oriente Médio. “O problema não está no cidadão mundial judeu ou quem vive em Israel. O problema está numa política de estado que favorece Israel ser uma ponta de lança do imperialismo no Oriente Médio e a necessária questão de dominar o petróleo em todo o local”, explicou.

Jerusalém
Em árabe, Jerusalém recebe o nome de Al-Quds. Com registros que remontam a 5 mil anos, Jerusalém vem sendo, desde sempre, palco de confrontos históricos, discordantes do ideal de paz que se preconiza igualmente pelo judaísmo, pelo cristianismo, e pelo islamismo. De acordo com Rodrigo Maia, “a disputa entre árabes e judeus pela cidade simboliza um dos mais dilacerantes impasses dos nossos tempos”.

O plano da ONU em 1947, na época da criação do Estado de Israel, era tornar Jerusalém uma cidade internacional, não podendo ser capital administrativa ou política de nenhum país, mas com amplo acesso a todos os povos.

Reportagem - Larissa Galli
Edição - Geórgia Moraes

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