Política e Administração Pública

Agricultores familiares protestam no Dia do Trabalhador Rural

Eles são contra fusão dos ministérios do Desenvolvimento Agrário e do Desenvolvimento Social, e pedem a volta da presidente Dilma Rousseff

25/05/2016 - 19:34  

No Dia do Trabalhador Rural, celebrado no dia 25 de maio, cerca de 350 agricultores familiares fizeram uma manifestação em frente ao Congresso Nacional. Eles são contra a fusão do Ministério do Desenvolvimento Agrário com o de Desenvolvimento Social, promovido pelo presidente da República interino, Michel Temer.

Mas a principal reivindicação da categoria é a volta da presidente afastada, Dilma Rousseff, à Presidência da República. O coordenador-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Agricultura Familiar, Marcos Rochinski, diz que não reconhece o governo do presidente interino, Michel Temer.

"Esse governo não tem legitimidade para dialogar com a agricultura familiar, porque não é um governo legitimamente eleito pelo povo. Então a principal expectativa que a gente tem em relação ao Congresso é que reveja esse absurdo, descabido processo de impeachment", afirmou.

Participaram do ato em frente ao Congresso os deputados João Daniel (PT-SE) e Padre João (PT-MG). Nos discursos, ambos chamaram de "golpe" o afastamento de Dilma Rousseff da Presidência.

João Daniel disse que é preciso "continuar resistindo" até a votação final do processo de impeachment pelo Senado. "A presença de vocês aqui representa uma presença de luta, presença daqueles trabalhadores e trabalhadoras que não aceitam esse ‘golpe’ dado pela direita brasileira contra a classe trabalhadora", disse Daniel.

O líder do PMDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP), desqualificou as acusações de que o afastamento de Dilma Rousseff seja um “golpe”, alegando que é uma medida dura, mas prevista na Constituição. Sobre os protestos contra a fusão dos Ministérios do Desenvolvimento Agrário e Desenvolvimento Social, ele disse que "são legítimos para o fortalecimento da democracia", mas informou que a decisão de unir novamente as duas pastas não deve ocorrer durante a tramitação da medida no Congresso Nacional.

"Ao diminuir o número de ministérios, ele [Michel Temer] sinaliza claramente para a redução do gasto público, o que é fundamental para a gente voltar a ter credibilidade na economia. Agora, no meu entendimento, isso não compromete em nada o sucesso de políticas públicas que o presidente Michel Temer já deixou absolutamente claro que vão merecer do seu governo toda atenção", ponderou.

Gestores municipais
Outra categoria que também se manifestou, nesta quarta-feira, contra a fusão entre os ministérios de Desenvolvimento Agrário e Desenvolvimento Social, foi a dos gestores municipais de assistência social. O principal argumento é que as ações voltadas aos pequenos agricultores não podem ser consideradas como de assistência social.

Reportagem - Ginny Morais
Edição – Luciana Cesar

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