Política e Administração Pública

Para oposição, sócio da Sanko-Sider mente sobre sua relação com doleiro

27/11/2014 - 13:14   •   Atualizado em 27/11/2014 - 13:32

Deputados da oposição criticaram a relação entre o sócio-diretor da empresa Sanko-Sider, Marcio Andrade Bonilho, e o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. Bonilho prestou depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras em audiência encerrada há pouco.

O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) disse que Bonilho mentiu para a CPMI e que ele sabia da emissão de notas frias pelas empresas de Youssef. Lorenzoni questionou a afirmação de Bonilho de que não conhecia o doleiro. “O senhor contratou um doleiro ‘famosésimo’ no Brasil para ser seu vendedor. O mínimo que o senhor tinha de fazer era procurar na internet, ia aparecer a delação premiada anterior, e o caso do Banestado.”

O líder do PSDB, deputado Antônio Imbassahy (BA), também questionou a falta de análise do histórico de Youssef pela Sanko. “O senhor acha razoável procurar um doleiro para fazer negócio tendo 8 mil clientes e 18 anos de mercado?”, questionou.

Bonilho disse que se respaldou em seus advogados para manter contrato com Youssef. “Não entrei no Google para checar o nome dele. Depois de alguns meses, um amigo me procurou e me alertou. E eu consultei um advogado e ele disse que se minhas operações estão corretas.”

Segundo o empresário, a escolha de Youssef foi feita porque o doleiro conhecia os empreiteiros e os diretores e tomadores de decisão. “Eu procurei as empresas diretamente e elas tinham relacionamento muito bom com ele. Quando você o vê fazendo o negócio, você não tem uma visão negativa”, disse.

Meire Poza
Lorenzoni afirmou que a ex-contadora de Youssef Meire Poza disse que a Sanko preparava os contratos e os entregava já prontos com as notas fiscais para a MO Consultoria emitir. “A sua empresa serviu de duto, para aquilo que a Camargo Corrêa não podia pagar diretamente. O senhor sabia que era nota fria desde o início”, disse o deputado.

Poza afirmou à CPMI, em 8 de outubro, que a Sanko era uma das empresas que tinham contratos com as empresas de Youssef, como a holding GFD e a MO Consultoria.

“Não tive relações com Meire Poza, ela nunca esteve na minha empresa. O Youssef pediu que eu pagasse mais uma nota para a contadora dele. Eu disse: ‘Youssef, já tem quatro empresas que você me indicou, chega’”, afirmou Bonilho.

Mais informações a seguir.

Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Marcos Rossi

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