Política e Administração Pública

Sócio da Sanko-Sider diz que relação da empresa com doleiro foi dentro da lei

27/11/2014 - 11:38  

O sócio-diretor da empresa Sanko-Sider Marcio Andrade Bonilho falou há pouco que a relação entre a empresa e o doleiro Alberto Youssef – preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato – para vender tubos de óleo e gás era dentro da lei. “Paguei R$ 33 milhões ao Youssef pelo serviço de comissão e ele cedeu o crédito a essas empresas [MO Consultoria e GFD Empreendimentos, empresas de fachada de Youssef]. Ele apresentou essas notas por uma exigência minha de ter notas fiscais”, afirmou, em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga irregularidades na Petrobras.

Segundo Bonilho, nenhuma das notas das empresas de Youssef aceitas pela Sanko era falsa. “Eu chequei uma por uma antes de pagar.” A Sanko fechou 12 negócios a partir das negociações do doleiro, o maior deles do consórcio CNCC, liderado pela construtora Camargo Corrêa, para a obra da refinaria de Abreu e Lima. Só nesse contrato, a Sanko recebeu R$ 198 milhões, com lucro de 6% a 8%, de acordo com Bonilho.

Do faturamento da Sanko, apenas 2% vieram de vendas diretas a Petrobras, feitas por pregão eletrônico da Petrobras (Petronet), segundo o empresário.

Comissão
A comissão que Youssef recebia da Sanko, segundo Bonilho, variava entre 3% e 15% da margem de lucro.

O executivo não se lembrou de quando conheceu Youssef. “Tive dois momentos que marcam o início do relacionamento comercial com ele: em uma feira de óleo e gás ou na entrada da empresa Engevix.”

Repasse
Bonilho admitiu que parte dos recursos pagos a Youssef por seus serviços de acerto entre a Sanko e o consórcio CNCC foram repassados para executivos da construtora Camargo Corrêa. “Uma parcela do que recebeu ele quis repassar a executivos da Camargo Corrêa. Inicialmente eu imaginava que 100% do dinheiro ia para ele”, afirmou. Ele negou, porém, que a empresa tenha pago comissão a agentes públicos.

A comissão está reunida no plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado.

Mais informações a seguir.

Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Marcos Rossi

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.