Campanha Ajudará na Criação de Centros para Autistas

19/06/2007 17h50

Fonte: Jornal da Câmara

O Movimento Orgulho Autista Brasil fará uma campanha nacional para saber quantas pessoas com autismo existem no País, a fim de lutar pela criação de centros de tratamento especializado em todo o Brasil. A informação foi dada ontem pela presidente da organização, Alexandra Capone, durante a 3ª edição mundial do Dia do Orgulho Autista, promovido pela ONG e pela Coordenadoria para Inclusão da Pessoa Deficiente do Distrito Federal (Corde-DF), com apoio da Comissão de Direitos Humanos e Minorias.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Luiz Couto (PT-PB), reafirmou o compromisso do colegiado de apoiar o debate para a elaboração de políticas públicas em benefício das pessoas com autismo. Luiz Couto ressaltou que estão em  análise na Câmara propostas como a redução da jornada de Deputado Luiz Couto destacou apoio da CDH a políticas destinadas aos autistas trabalho da mãe que tenha filho portador de deficiência (PLs 2869/92 e 4526/94) e o Estatuto do Portador de deficiência (PLs 3638/00 e 7699/06).

 

Especialistas

Alexandra assinalou que as instituições que atendem autistas devem contar com fonoaudiólogo, terapeuta, psicólogo, psiquiatra, neurologista, pedagogo e nutricionista, já que eles podem ter alergia a alimentos com glúten e soja, e por isso é necessário haver uma orientação.

A bióloga Saide Sabóia, especialista em autismo e integrante e fundadora do Movimento Orgulho Autista Brasil, fez um relato dos resultados do 1º Congresso Internacional de Autismo e Transtorno de Atenção, realizado no Rio de Janeiro em maio. Segundo ela, esse encontro mostrou que o autismo não é mais considerado uma doença genética, e sim uma doença ambiental provocada pela exposição da mãe a metais pesados como chumbo, cádmio (existente na fumaça do cigarro), mercúrio, alumínio e também pelas vacinas tomadas pela criança.

 
Distrito Federal

A professora Marlene Laval, diretora da Escola Classe 405 Norte, em Brasília, afirmou que faltam professores com formação para atender os autistas. A escola que ela dirige tem turmas de ensino especial e recebe 42 alunos autistas.

Já a representante da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, Niusarete Lima, defendeu a melhoria dos serviços de atendimento no Distrito Federal, que, segundo ela, já foram uma referência nacional e perderam a qualidade.

A diretora do Centro de Orientação Médico Psicopedagógica do Governo do Distrito Federal, Rosa Horita, reconheceu que a atendimento aos autistas na rede pública do DF é falho. Segundo ela, há apenas quatro médicos para 3.120 portadores de autismo, sendo que dois desses profissionais devem se aposentar em breve.

Apoio a famílias

A psicóloga clínica Ana Maria Berehoff disse que há uma necessidade urgente no Brasil de atendimento precoce às pessoas com autismo e de assistência para os seus familiares. “As famílias de autistas estão desprotegidas no Brasil”, lamentou ela, que também é orientadora familiar e especialista em transtornos do espectro autista.

De acordo com Berehoff, é aconselhável que os parentes façam terapia e participem de associações para receber orientações
sobre como lidar com essas pessoas.

Leonardo da Silva Mendes Ferreira, de 33 anos, deu um testemunho sobre a superação das dificuldades pelos autistas. Portador de autismo, ele concluiu o ensino médio e ressaltou o apoio que obteve de sua família para concluir os estudos. (Oscar Telles)
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