Cidades e transportes

CNA questiona percentual do PIB investido em transportes

22/09/2011 - 16:47  

David Ribeiro
Alberto Mourão
Alberto Mourão: dados apresentados pelo governo não refletem a realidade.

O diretor de Infraestrutura da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), José Torres de Melo, reclamou nesta quinta-feira da falta de investimentos no sistema de transporte brasileiro. Segundo ele, o percentual do Produto Interno Bruto (PIB) aplicado no setor caiu de 1,85% em 1975 para 0,37% em 2010.

De acordo com o representante da CNA, o transporte hidroviário (barcos, navios e balsas) é o meio mais esquecido, apesar de ser o mais barato e o que polui menos. José Melo participou do seminário Desafios da Infraestrutura Portuária, realizado na Câmara.

O presidente da Subcomissão de Portos e Vias Navegáveis da Comissão de Viação e Transportes, deputado Alberto Mourão (PSDB-SP), disse que os dados apresentados no debate pelo Ministério dos Transportes e pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) não correspondem à situação atual dos portos e hidrovias nacionais. “Quem escuta os ministros e a Antaq falando pensa que está um mar de rosas, porém essa não é a realidade”, afirmou.

Segundo Mourão, é necessário abrir novos locais para embarque de cargas do setor, principalmente no Nordeste, a fim de reduzir o custo de logística por produto. “Precisamos ter a consciência de que os portos são essenciais para o País crescer.”

Mão de obra
O coordenador de Portos e Vias Navegáveis da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Infraestrutura, deputado Edinho Bez (PMDB-SC), defendeu que falta mão de obra qualificada para a construção de embarcações nos estaleiros nacionais.

Segundo o parlamentar, o Brasil ocupa atualmente a quarta posição no ranking mundial de construção de embarcações, mas esse desempenho ainda pode melhorar. “Embora reconheçamos que houve avanços, ainda há muito a ser feito. A indústria naval emprega 75 mil trabalhadores, porém pode chegar a 200 mil”, declarou Bez.

Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Marcelo Oliveira

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