Cidades e transportes

Deputados pedem compromisso de presidenciáveis com trânsito seguro

Foi lançado hoje, na Câmara, um manifesto com 14 sugestões de combate à violência no trânsito.

18/08/2010 - 14:01  

Brizza Cavalcante
Deputados apresentaram o Manifesto pela Redução de Mortes e Lesões no Trânsito.

Deputados da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro e da Comissão de Viação e Transportes cobrarão dos candidatos à Presidência da República medidas de combate à violência no trânsito. Os parlamentares lançaram hoje o "Manifesto pela Redução de Mortes e Lesões no Trânsito - Uma Década de Ações para a Segurança Viária", documento enviado há duas semanas a todos os coordenadores de campanha dos candidatos.

"Espero que, até a próxima semana, eles possam assumir ou não o compromisso com essa causa. É um trabalho não apenas simbólico, mas de colocar essa questão na ordem do dia", afirmou o presidente da frente, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS).

Segundo o parlamentar, a frente vai divulgar em seu site (www.frentetransitoseguro.com.br) os candidatos que se manifestarem a favor e contra o documento.

Brizza Cavalcante
Beto Albuquerque: trânsito seguro deve estar na pauta das eleições

O presidente da Comissão de Viação e Transportes, deputado Milton Monti (PR-SP), lembrou que o Brasil registra mais de 35 mil mortes por ano no trânsito. "São quase 100 mortos por dia, é como se um avião caísse a cada dia", lembrou o parlamentar. Albuquerque, por sua vez, ressaltou que o número sobe para perto de 50 mil pessoas, se forem contabilizadas as mortes de pacientes vítimas do trânsito em hospitais.

Para o deputado Hugo Leal (PSC-RJ), não existe desculpa para que o trânsito não seja uma ação prioritária do Estado. "Se as pessoas não se comovem com o numero de mortos e feridos, que pelo menos vejam que o investimento na prevenção trará redução no numero de leitos ocupados nos hospitais", explicou.

Fiscalização e educação

O manifesto contém 14 sugestões aos candidatos. Uma delas é a definição de um plano nacional de redução de mortes e lesões no trânsito, a ser financiado com recursos arrecadados com as multas nas estradas. Albuquerque já apresentou um projeto de lei (PL 5525/09) que prevê a criação desse plano.

O manifesto também sugere que o País adote uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que 1/3 dos condutores sejam fiscalizados anualmente, especialmente por meio do teste do bafômetro.

Outra proposta é a realização de campanhas educativas de trânsito permanentes, com a participação de governos estaduais e municipais, de organizações não governamentais e da população em geral.

Brizza Cavalcante
Hugo Leal: trânsito precisa ser uma ação prioritária do Estado.

Twitter
Albuquerque criticou os usuários do Twitter que usam a rede social para avisar onde há barreiras de fiscalização da Lei Seca (11.705/08). "Estamos legitimando por onde o crime pode passar impunemente. Não é só o sujeito que bebe que escapará da barreira, mas todos os criminosos", afirmou.

Hugo Leal afirmou, no entanto, que muitas informações sobre trânsito no Twitter já têm uma ênfase positiva. Ele citou um informativo que atinge atualmente mais de 90 mil pessoas da capital carioca. "Uma iniciativa que começou com o foco para trazer prejuízo se transformou em um grande instrumento de mobilidade urbana."

Confira a íntegra do documento

Reportagem - Tiago Miranda
Edição - Pierre Triboli

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