Segurança

Juiz sugere família na escola contra desaparecimento de crianças

02/12/2009 - 20:57  

O desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Siro Darlan defendeu a implantação do Programa Escola da Família como prevenção ao desaparecimento de crianças e adolescentes em todo o País.

Criado em 2003 pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, o programa proporciona a abertura de escolas da rede estadual de ensino nos fins de semana, com o objetivo de criar uma cultura de paz, despertar potencialidades e ampliar os horizontes culturais de seus participantes. O programa reúne profissionais da educação, voluntários e universitários.

O juiz foi convidado para depor na CPI sobre desaparecimento de crianças e adolescentes em razão de sua experiência à frente da Vara da Infância e Juventude do Rio – que comandou antes de ser designado para o TJ.

O juiz considera que as prefeituras têm grande responsabilidade na questão do desaparecimento das crianças e adolescentes e devem investir na especialização de policiais e técnicos no assunto.

Siro Darlan defendeu a melhor capacitação e o treinamento dos conselheiros tutelares, além do envolvimento do Ministério Público com a questão.

Ele defendeu também a necessidade de delegacias especializadas para lidar com crianças que, às vezes, sofrem abusos sexuais dos próprios familiares.

Educação
O desembargador disse que o País negligenciou as suas crianças ao longo da sua história. Ele defendeu a educação como a melhor forma de solução de todos os problemas.

Siro Darlan informou que um adolescente infrator custa ao poder público quase R$ 2 mil por mês. Ele observou que, se uma criança fosse mantida numa escola integral ao custo de R$ 500, ficaria mais barato para o País.

O juiz fluminense defendeu ainda a implantação do cadastro nacional de todas ocorrências com crianças e adolescentes do País, para que o poder público adote políticas públicas adequadas. "Nós vamos ter insumos para que o administrador público invista com prioridade nas políticas públicas, acertando aquilo que tem que fazer”, disse.

Delegacias especializadas
A relatora da CPI, deputada Andreia Zito (PSDB-RJ), afirmou que a implantação das delegacias especializadas é uma sugestão que tem sido defendida por todos depoentes que vêm à comissão.

Ela adiantou que vai incluir em seu relatório a sugestão do juiz de adotar o método de simulação de envelhecimento de crianças e adolescentes por fotografias.

O deputado Geraldo Pudim (PR-RJ) também defendeu a educação integral como forma de combate ao desaparecimento de crianças e jovens. "Não só do ponto de vista da grade curricular, do ensino, mas também como uma oportunidade de a criança ter acesso ao esporte, à cultura, ao lazer, à alimentação, à assistência odontológica na escola”, disse.

Reportagem - Paulo Roberto Miranda /Rádio Câmara
Edição – Wilson Silveira

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