Relações exteriores

Importação crescente de produtos chineses é desafio para Mercosul, diz ministro

18/09/2012 - 21:58  

Alexandra Martins
Embaixador Antônio de Aguiar Patriota (Ministro de Estado das Relações Exteriores)
Ministro Antonio Patriota participou de seminário na Câmara.

A presença cada vez maior de produtos da China é um dos desafios para o Mercosul, na avaliação do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. No seminário “Os desafios da política externa brasileira em um mundo em transição”, realizado nesta terça-feira (18) na Câmara, Patriota afirmou que o Brasil está dando atenção especial à incorporação da Venezuela ao bloco econômico. Ele mencionou ainda ampliação da presença internacional brasileira com o aumento do número de embaixadas no mundo para 140.

O embaixador Samuel Pinheiro Guimarães também defendeu uma participação maior do Brasil na política externa e o fortalecimento do Mercosul. Para o embaixador, o Brasil não deve priorizar apenas o mercado interno, mas manter intercâmbio comercial com a África, por exemplo, principalmente por suas semelhanças com o Brasil.

Guimarães destacou a importância das negociações com a China para investimento e produção no Brasil no setor de minério, além de alertar para a necessidade de investimentos na indústria de defesa para o Brasil. “O País não tem defesa se não investir no setor”, afirmou.

Processo irreversível 
Na avaliação da presidente da Comissão de Relações Exteriores, deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), o Mercosul é um “processo irreversível”, embora enfrente problemas.

As tensões nas relações comerciais da América Latina com a China mostram, na avaliação do pesquisador do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo, Ronaldo Carmona, a necessidade de se aprofundar a integração sul-americana. Ele cita como um dos desafios mais importante a criação de um fundo para industrialização da região.

O chefe da missão do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em Caracas, Pedro Barros, considera importante uma reflexão maior sobre a aproximação do Brasil com as Guianas e Suriname, com a integração de infraestrutura energética e de transporte.

Oriente Médio
O professor da USP, Paulo Daniel Elias Farah, salientou a importância da aproximação do Brasil com o Oriente Médio, argumentando que o País poderá se beneficiar, por exemplo, de técnicas de irrigação. O desafio para um intercâmbio maior, na opinião do professor, seria a falta de especialistas em temas árabes. Ele acha importante o ensino do idioma nas escolas brasileiras.

O seminário, promovido pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional e pelo Ipea, prossegue nesta quarta-feira (19).

*Matéria atualizada às 0h21.

Reportagem - Oscar Telles
Edição - Rachel Librelon

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