Política e Administração Pública

Oposição deve mostrar os erros do governo, diz líder do PPS

05/02/2015 - 15:59  

TV CÂMARA
Dep. Rubens Bueno (PPS-PR)
Rubens Bueno: gestão da presidente Dilma "caminha de mal a pior" em diversas áreas. 

O PPS vai continuar trabalhando na oposição para mostrar ao País os equívocos do governo Dilma. A afirmação é do líder do partido na Câmara dos Deputados, deputado Rubens Bueno (PR). Segundo ele, o governo do PT “caminha de mal a pior” em áreas como infraestrutura, economia, saúde, segurança pública e na questão ética. Cabe à oposição, ressalta Bueno, denunciar esses erros.

Em entrevista à TV Câmara, o líder destacou um conjunto de matérias prioritárias para a legenda neste ano. Entre elas estão as propostas que acabam com o foro privilegiado para os congressistas e com a contribuição previdenciária para servidores aposentados.

Aos 66 anos, Rubens Bueno foi reconduzido à liderança do PPS, cargo que ocupa desde 2011. Antes de entrar na Câmara, foi deputado estadual, prefeito de Campo Mourão (PR) e ex-secretário do governo paranaense. Ele é um dos autores, junto com a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), do projeto que concedeu uma pensão vitalícia à atleta Laís Souza, que ficou tetraplégica após um acidente durante a preparação para os Jogos Olímpicos de Inverno, no ano passado. O texto foi transformado na Lei 13.087/15.

Leia abaixo os principais trechos da entrevista concedida pelo deputado à TV Câmara.

Quais suas perspectivas para este ano legislativo que está começando?
Esse ânimo inicial dos novos [deputados] é muito bom porque oxigena a Casa, no melhor sentido de se construir alternativas e bons projetos para serem discutidos e votados. Tenho uma visão de que a coisa é muito boa no sentido de perspectiva, de expectativa de que faremos aqui um bom trabalho no Congresso Nacional a partir da Câmara dos Deputados.

Como fica a relação do PPS com o governo?
Ficamos na oposição em 2006, em 2010 e em 2014 [eleições presidenciais]. Continuamos com essa mesma posição no sentindo de mostrar ao País os equívocos, os erros do governo. Se você for pensar na infraestrutura, o País está caminhando de mal a pior. Na economia: inflação alta e crescimento praticamente zero, juros lá em cima. Quer dizer, há uma dificuldade muito grande. Se você for olhar para a gestão em si, do ponto de vista de segurança pública, saúde pública, educação, vai ver que os números não ajudam o governo que está aí há tanto tempo. E também na questão ética: saímos do mensalão, que podia ter sido um bom exemplo para o próprio Planalto e para o PT, mas infelizmente isso não deu certo. Veio aí o ‘petrolão’, muito mais sofisticado e com muito mais dinheiro na mão do governo, do partido do governo e dos partidos da base aliada.

Já existe consenso no partido sobre o posicionamento em relação às medidas provisórias que mudam o acesso aos benefícios previdenciários para promover corte de gastos [MPs 664 e 665]?
Sem dúvida. Estaremos votando contra. E por que votamos contra? Porque não é possível que o governo, que gasta mal e mais do que arrecada, de repente mande medidas provisórias para a Câmara para dizer o seguinte: ‘quem vai pagar a conta desses erros são os trabalhadores brasileiros’. Nós não podemos concordar com isso. O governo poderia ter oferecido a sua parte. Temos 39 ministérios; vamos diminuir a metade. Vamos diminuir milhares de cargos comissionados, apadrinhamentos, partidarização, enfim, para algo mais do mérito e não do apadrinhamento. Nada disso aconteceu. Se o governo não oferece do seu lado aquilo que ele fez de errado para poder corrigir, agora não pode fazer com que o trabalhador pague essa conta.

Que projetos são prioritários para o PPS em 2015?
Temos vários, a começar pela PEC 555/06. É uma proposta que elimina definitivamente a cobrança de previdência para os servidores aposentados. Temos a PEC [470/05] do fim foro privilegiado, que está pronta para ser votada. Temos a PEC [11/11] do deputado Sandro Alex [PPS-PR] que fala do ‘ficha suja’ para todos os cargos do Poder Executivo; as 40 horas semanais [PEC 231/95]; o fim do fator previdenciário [PL 3299/08]; enfim, temos várias propostas que precisam ser votadas porque estão prontas. E o Parlamento não abre mão de tomar a sua posição, votando favorável ou votando contra.

Reportagem – Janary Júnior
Edição – Marcelo Oliveira

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.


Sua opinião sobre: PEC 470/2005