Política e Administração Pública

Deputado Leréia pede para adiar depoimento à CPMI do Cachoeira

Outro depoente de hoje obtém habeas corpus para permanecer em silêncio.

04/09/2012 - 08:29  

Em ofício encaminhado no fim da tarde de segunda-feira (3) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre as relações de Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados, o deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) informou que não poderá comparecer à reunião de hoje e pediu para que seu depoimento seja adiado.

No documento, o deputado, que falaria sobre denúncias de envolvimento com a organização de Carlinhos Cachoeira, afirma que tem “importantes e inadiáveis compromissos pessoais anteriormente assumidos”. Ainda no ofício, Leréia se coloca à disposição da CPMI a partir do dia 18 de setembro.

De acordo com investigações da Polícia Federal, o parlamentar teria recebido dinheiro da organização de Carlos Cachoeira. Além disso, teria alertado o contraventor sobre uma operação policial e usado o cartão dele para fazer compras. Segundo a PF, Leréia e Cachoeira conversaram por telefone pelo menos 72 vezes entre março e julho do ano passado. O nome do deputado é citado em outros 26 telefonemas entre o contraventor e outros supostos membros da organização criminosa.

Em entrevistas concedidas após as denúncias, Leréia se declarou amigo de Cachoeira e negou ter ligação com a exploração de jogos ilegais.

Na Câmara, o Psol já encaminhou pedido de abertura de processo contra o parlamentar. Uma comissão de sindicância votou pelo encaminhamento do processo ao Conselho de Ética, mas a decisão final cabe à Mesa da Câmara dos Deputados.

Veja a defesa do deputado Carlos Alberto Leréia.

"Laranja"
Além do deputado, a CPMI convocou também para hoje André Teixeira Jorge, que era motorista de Cláudio Abreu, ex-gerente da construtora Delta no Centro-Oeste. Ele obteve liminar em pedido de habeas corpus, na última sexta-feira, e o mais provável é que fique calado diante dos parlamentares.

A liminar foi deferida pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal. Teixeira é apontado pela polícia como integrante da organização. As investigações apontam, ainda, que sua evolução patrimonial e movimentações financeiras são incompatíveis com os rendimentos declarados. Por esse motivo, há suspeitas de que ele seja usado como “laranja” pelo grupo.

A reunião está marcada para as 10h15, na sala 2 da ala Senador Nilo Coelho, no anexo 2 do Senado Federal.

* Matéria atualizada às 9h01

Da Redação/WS
Com informações da Agência Senado

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