Política e Administração Pública

CPMI ouve hoje quatro suspeitos de participar do esquema de Cachoeira em GO

03/07/2012 - 08:24  

Gastão
CPI/CPMI - cpmi do cachoeira - selo da CPMI
PF acusa Cachoeira de chefiar jogos ilegais e de traficar influência com agentes públicos e privados.

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira ouve hoje quatro pessoas suspeitas de participar, em Goiás, da organização do contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Segundo a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público, o contraventor seria o chefe de um esquema de jogos ilegais e faria tráfico de influência com agentes públicos e privados.

O primeiro a ser ouvido será o agente aposentado da PF Joaquim Gomes Thomé Neto, suspeito de fazer interceptação ilegal de e-mails para o esquema de Cachoeira. Segundo a PF, Thomé o proprietário da empresa Escola Técnica de Segurança Privada (Etesp), contratada pelo “araponga” de Cachoeira, o ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo (Dadá), a quem passava um relatório diário com o resultado das interceptações.

Já Rosely Pantoja da Silva será ouvida pelos parlamentares por ser sócia da Alberto & Pantoja Construções, apontada como uma das empresas de fachada de Cachoeira. Essa construtora foi acusada de ter pago, em parte, os serviços que o jornalista Luiz Carlos Bordoni prestou à campanha eleitoral de Marconi Perillo (PSDB) ao governo de Goiás. A empresa de fachada também teria recebido mais de R$ 40 milhões da Delta Construções S.A., a principal empreiteira das obras do PAC, do governo federal. A Delta, segundo a PF, faria parte do esquema de Cachoeira.

Detran e pesquisa de opinião
A CPMI também vai ouvir o depoimento de Ana Cardozo de Lorenzo, dona da empresa Serpes Pesquisa de Opinião e Mercado, contratada para a campanha do governador goiano, em 2010. A empresa é suspeita de ter recebido dois cheques, no valor de R$ 56 mil, do esquema de Cachoeira, por meio da Alberto & Pantoja.

O último a ser ouvido será Edivaldo Cardoso, ex-presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de Goiás, que aparece em gravações da PF garantindo o repasse de verbas do governo estadual para uma das empresas de Cachoeira.

Investigação de Perillo
O relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG), nega que a reunião de hoje seja mais uma destinada a investigar o governador Marconi Perillo. "Nós não estamos investigando este ou aquele governador. Nós estamos nos rastros da organização criminosa”, disse Cunha. “Todas as pessoas que foram citadas nos áudios, tenham responsabilidade ou não, nós as estamos convocando para prestar depoimento à CPMI", acrescentou.

Na quinta-feira, a CPMI realizará reunião administrativa. Poderão ser votados os requerimentos de convocação de Fernando Cavendish, ex-presidente da Delta Construções S.A., e de Luiz Antônio Pagot, ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Em entrevistas à imprensa, Pagot acusou o esquema de Cachoeira de ter tramado a sua queda do Dnit.

A reunião será realizada às 10h15 na sala 2 da ala Nilo Coelho, no Senado.

Da Redação/NA

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